Tempo devorador, que torne cegas as garras do leão, que faças a terra devorar seus próprios, suaves rebentos, que arranque os dentes afiados das mandíbulas do tigre feroz, que queimes no próprio sangue a fênix da longa vida.; enquanto foges, que faças tristes e alegres as estações.; faças o que bem queiras, oh Tempo de pés lépidos, ao largo mundo e a todas sua efêmeras doçuras.; um crime mais hediondo, no entanto, te proíbo: ah, não marques com tuas horas o semblante de meu amor, nem ali desenhes linhas com tua pena antiga: deixa que ele siga ileso em teu caminho, para ser padrão de beleza aos homens que o sucedem.
Entretanto por pior que faças, velho tempo, por maiores que sejas teus malefícios, meu amor viverá sempre jovem nos meus versos. |