Sou um mijão, um cagão, um porcalhãozinho permanente que faz, em regular diário, um litro de mijo e um quilo de merda.
Oh... Estou condenado a sentar-me na sanita até ao fim dos meus dias e, se porventura faço o que posso para escapar quanto possível a tão merdalhante rotina, só de quando em vez, logo que me embrenho em verdes campos, me ponho de cócoras a cagar e a mijar, levando com a brisa campesina no cagueiro, de ôlho em cima de uma verde folha ou de pedrinha jeitosa que não tenha muitas arestas. Sem querer, uma dada vez, já limpei o cu a um caracol...
Em momentos de urgentes afazeres, quando cago à pressa, perfuro precipitado o papel higiénico e borro os dedos todos. Lá tenho eu de lavar as mãos, de nariz encurrilhado, pleno de náusea sobre mim.
O que me vale, estimado Leitor, é que eu tenho o privilégio de ser exactamente como Você: a enorme maioria das vezes sequer me lembro que estou a mijar ou a cagar.
Neste ensejo, ocorre-me fazer as contas sobre os quilos de merda e litros de mijo que já fiz na minha vida. Então, equaciono:
67 anos x 365 dias = 24.455
Diacho, cerca de 50 toneladas de merda e mijo é muita trampa. Quase que caio pela sanita abaixo quando penso na humanidade inteira a mijar e a cagar ao mesmo tempo. É deveras muita merda!...
António Torre da Guia
PS = Conhece porventura alguém que escreva tanta merda como eu?!... |