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Cartas-->Refrescando a Memória -- 19/03/2005 - 12:35 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

REFRESCANDO A MEMÓRIA
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

No dizer do ditado popular, “a desculpa do aleijado é a muleta”. Com efeito, Lula não foi obrigado a candidatar-se à Presidente da República. Todas as vezes de que participou do pleito, aceitou, de bom grado, a indicação para ser o candidato do PT. Pressupõe-se, portanto, que o Lula, como de resto todos os demais candidatos, deveriam conhecer as dificuldades que iriam encontrar pela frente, para a solução das quais já estariam de posse de um programa de governo capaz de atender às promessas de campanha.

No caso do Lula, vale lembrar as caravanas democráticas de que participou, todas as vezes que foi candidato ao cargo de Presidente da República. Segundo ele próprio, viajou por todo o país, colhendo dados e inteirando-se das questões mais relevantes, e que seriam objeto prioritário das diretrizes de seu governo, com ênfase na área social.

Não cabe, agora, na condição de principal mandatário do país, apelar para a retórica do “denuncismo” – tão combatido por ele próprio - , na tentativa de culpar o seu antecessor pelos conhecidos fracassos e dificuldades na condução dos rumos de seu governo; entoando a mesma cantiga-de-sapo, como se estivesse em plena campanha para as próximas eleições, assumindo, para tristeza de todos, a posição de Pôncio Pilatos da era moderna.

O Presidente, decididamente, não se presta ao improviso. Muito infeliz, aliás, a divulgação de que teria havido corrupção no governo de FHC; denúncia que soube por um de seus auxiliares, e para a qual Sua Excelência teria ordenado que o assunto ali fosse encerrado; ficasse, apenas, entre eles dois.

A bem da verdade, a questão é muito grave. Sugere várias medidas de reparo. Desde o voto de censura, até um processo por crime de responsabilidade, “ em todas as formas em que ele é previsto na Constituição”, segundo o deputado Alberto Goldman; o que poderia, inclusive, culminar com a perda do mandato.

O líder do PDT no Senado, segundo a imprensa, resumiu a questão da seguinte forma: “Lula não sabe o que é ser presidente da República: ele não pode decidir se faz ou não faz, se manda apurar ou não. É um escravo da lei”. Correto. O servidor público tem a obrigação de mandar investigar qualquer denúncia de corrupção, sob pena de prática de prevaricação. Omissão de responsabilidade. E conclui o deputado Peres : “Das duas, uma: ou o que ele disse ontem é verdade – e nesse caso ele é um criminoso – ou não é verdade – e nesse caso ele é um mentiroso.

Sem pretender entrar no mérito das denúncias de irregularidades que teriam havido no processo de privatizações realizadas pelo governo anterior, é bom lembrar que ninguém, a rigor, está isento de cometer falhas, quer de boa ou de má-fé; em qualquer dos casos, cabe à autoridade competente provocar a Justiça, a quem cabe decidir a respeito. O que não se pode, ou não se deve, é tornar pública uma suspeita de denuncia, sem que o anunciante tenha tomado as devidas providências para esclarecimento dos fatos.

Está mais do que na hora de o Presidente Lula deixar o discurso e o improviso de lado, parar de olhar para trás, ou para o exterior; e concentrar-se nos seus afazeres de casa, para os quais foi eleito; como, por exemplo: gastar menos e melhor, reduzindo o quantitativo de ministérios e secretarias que, na verdade, desperdiçam recursos na medida em que apresentam flagrante superposição de tarefas, ou, quando menos, não têm funções ou atribuições que justifiquem a condição de ministério ou órgão de primeiro escalão; conclusão efetiva das reformas prometidas: reforma Administrativa, Previdenciária, Tributária, Político-Partidária, Agrária, Educacional,...além de um projeto de renegociação da dívida externa, restabelecendo o necessário equilíbrio econômico entre as partes, alargando o prazo para o seu pagamento, e reduzindo valores, pela via da emissão de títulos de parte da dívida, com os devidos deságios, para ressarcimento a longo prazo, como fez a Argentina.

O Brasil tem jeito, sim. E há vários caminhos. O caminho da subserviência e de dependência ao capital estrangeiro, não é o único, como apregoam alguns; e não passa, necessariamente, pela dependência ao sistema financeiro que manipula informações e enriquece às custas da miséria de nosso povo. Com raríssimas e honrosas exceções, claro.

Finalmente, se o Presidente insistir na tese do “denuncismo”, que o faça a partir de escândalos com prazo de validade mais recente, onde existe farto material disponível, ainda por ser investigado e concluído: caso da CPI do Waldomiro, do BANESTADO, da máfia do sangue, das serpentes, dos gafanhotos, dos grilos, galos e outros bichos e bicheiros.


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