POBREZA
Todo ser caminhou pelas estradas do ter,
muito tendo e pouco sendo.
Assim foi e ainda é,
pois envolvido pelas circunstâncias do possuir
ou do não possuir,
mas querendo ter,
deixa voluntariamente de ser,
temporariamente.
No entanto, são por esses caminhos que aprende,
em etapas de vida,
voluntariamente ou compulsoriamente,
se necessário,
deixar de ter para ser.
A pobreza voluntária pelo espírito
(o nadir do ter)e não de espírito,
é a riqueza, a beleza e a grandeza maior,
o zênite do ser.
A substância infinita de cada ser,
flue pelas circunstâncias finitas do ter.
João C. de Vasconcelos
Rev. 280304 |