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Contos-->TERESA DO MAR -- 24/07/2001 - 15:07 (Luiz Carlos Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma comunidade feliz, aquela de Praia do Norte. Famílias de pescadores que trabalhavam juntos, tirando do mar tudo quanto necessitavam para viver. Pescavam para comer e para vender. Os homens cuidavam das redes, das embarcações, faziam-se ao mar e as mulheres cuidavam da casa e dos filhos. Teresa era muito jovem, ainda, mas ensinava as crianças na escolinha da vila, ajudava a escrever bilhetes e cartas de quantos a procuravam e ouvia suas histórias. Filha de João Pescador, era uma moça muito bonita, querida por todos pela sua alegria constante e presteza para auxiliar o próximo. Seu canto, nas noites de verão, fazia com que todos sentassem a sua volta, na praia, a ouvir suas canções que falavam de mar, de céu, de lua e de amor.
Nada parecia quebrar aquela harmonia, aquela integração de gente simples, humilde, mas autêntica e pura. Até que Pedro apareceu na vila. Pescador de uma das ilhas vizinhas, viera comprar uma das embarcações do pai de Teresa. Rapaz forte e bem apanhado, despertou sobre si a atenção da moça, que o observava à distância. Pedro também a viu e sorriu.
- Seu João, eu estou mudando para cá, pois morando na ilha é mais difícil vender o que se pesca. Vim procura-lo porque soube que quer vender uma de sua embarcações. Gostaria de vê-la, pois preciso comprar novo equipamento de pesca. Deixei o que tínhamos com meu pai.
- Sim, estou vendendo um barco. Vamos vê-lo.
Pedro comprou a embarcação e passou a morar na vila. Pescava com o pai de Teresa, o que fez com que logo pudessem travar conhecimento. Pouco tempo depois, estavam namorando.
Quando Pedro foi falar com “seu” João Pescador sobre o casamento, o velho achou que era um pouco cedo, mas acabou concordando. A vila toda ficou em festa para comemorar o casório de Teresa e Pedro: um acontecimento que nunca seria esquecido.
Agora ela cuidava da própria casa e esperava o marido voltar do mar, à tardinha. Era, talvez, mais feliz do que antes, o que fazia com que toda vila parecesse também mais feliz. Nas noites de verão, cantava, ainda, apoiada no ombro de Pedro. Ensinava, ainda, as crianças e pensava no filho que viria, não sabia quando.
Naquela manhã, Pedro fora pescar sozinho e Teresa, como sempre, foi espera-lo na praia, no fim da tarde. Não se preocupava, pois não era a primeira vez que ele ia só. E depois, ele conhecia muito bem o mar.
Mas anoiteceu e Pedro não apareceu. Teresa ficou com medo e pediu, quando a noite já ia alta, que o pai saísse para procurá-lo. O velho foi, com mais alguns pescadores. Voltou, pela manhã, sem encontra-lo. Teresa estava desesperada. Continuou esperando por vários dias: ficava o dia inteiro na praia, olhando o mar, com os olhos molhados de lágrimas. Os homens da vila saíram para o mar outras vezes, à procura, mas Pedro não fora encontrado.
A vila toda, entristecida, sofria com Teresa. E a viu enlouquecer. Hoje, já velha, mais pelo sofrimento que pelo tempo, ela ainda vai todos os dias à praia, quer chova ou faça sol, para esperar Pedro. Para ela, ele vai chegar, todo dia: “Saiu de manhã, está lá, no mar, volta à noitinha...”



E-mail do autor: lzamorim@terra.com.br
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