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Cronicas-->Quem nasce aqui -- 01/05/2009 - 20:31 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quem nasce aqui


Da atitude do bispo de Olinda até os passos ensaiados pela primeira dama do país, Dona Marisa, há uma imensa passarela de incógnitos gestos. Entender este país tropical maravilhoso não é coisa apenas para Xamãs, nem para poetas, mas para paranormais mesmo!
Há um veio enorme de particularidade na vida social e política deste país, incomparável a qualquer outro, mesmo que esse seja da própria América Latina. Aqui não tem disso não, tem daquilo! Vivemos no avesso de uma terra que promete o que não tem e que se esquece de saber que tem o que não sabe. Sobreviver neste lugar é jogar-se numa maratona encantada onde o impossível anda na manga da camisa e é usado apenas para o ilusório de certas respostas.
O brasileiro sem dinheiro, liso de tudo, apanha o cartão de crédito do amigo e compra roupas de grifes finas, janta fora, faz um leasing de um carro caro e sai por aí discutindo desde democracia até jogo de futebol. Há um encantamento, um certo realismo fantástico que preenche a cabeça dos latinos que por aqui habitam.
O turista estrangeiro viaja para cá e se encanta com nossos excessos, nossas virtudes, nosso modus vivendum. Ele se entrega aos amores da terra e conclui que, até para sonhar, por aqui é carecido um sono tropical desigual ao que eles estão acostumados a fazer ou ter. Não há explicação para o jeito de ser do brasileiro. O jeitão largado, ora faceiro, ora risonho, ora calado, tudo isso pode ser visto numa mesma manhã de sol, à beira de uma praia ou ao som de um clássico em pleno dia chuvoso. Mas, quando o olhar recai sobre uma política partidária, Deus nos acuda, a coisa fica preta! Acredito que a nossa maior descaracterização está no feito mórbido de a maioria fazer política e defender os interesses sociais dos mais necessitados. É a política do "É dando que se recebe mais". E por aí andam as coisas, sem rumo admirável, sem valor que possa ser cultivável e reproduzível. E assim continuamos sendo desiguais.
Até os nossos índios são desiguais aos de outras paragens. Têm terras que não conseguem medir, vivem de propinas de invasores e pintam e bordam às barbas da benevolência das leis que são feitas apenas para índios verem. São os inocentes mais bem pagos do país. Morrem com malária, mas com um laptop pendurado na mão. Invadem e esculhambam o Congresso Nacional e ainda lucram com a repercussão que fazem nas mídias nacional e internacional.
Quem nos visita jamais entende o porquê de tudo isso. Nesta terra moram o indizível e o santo. Deus e o demónio podem sentar e conversar na mesma missa, mediados pelo azar e pela sorte. Aqui se chora mais de alegria do que mesmo de tristeza, mas a imensa maioria do povo trabalha muito, vive mal, não possui saúde digna, nem tampouco segurança pública aceitável.
Vivemos em um país tropical, abençoado por Deus, mas que permitiu que o inferno alugasse grande parte de suas terras e pudesse legislar entre os justos e os nem tanto. É uma terra verdadeiramente eclética onde o sonho torna-se real e a realidade dorme demais quando dela precisamos.
Então, moramos em um país tropical, abençoado por Deus, bonito por natureza e desigual a qualquer um outro. Somos uma Macondo mais nova, de mágicos realismos mágicos e trágicos dissabores quase irreais. Um dia isso muda e escreveremos uma história nova e sem tantos exageros! Mas que este país é bem diferente de todos os outros, isso, sim, é real.
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