Ontem ao acompanhar o Jornal Nacional fiquei triste e doída ao constatar mais uma vez a vergonha causada por alguns de nossos homens públicos. Enquanto o país suporta com dificuldade e aparente bom humor uma situação deprimente de crise e falta de dinheiro e perspectiva na classe média e baixa sem falar da miséria que ronda o país, está o Sr Estevão, eleito com tantos votos a nos dar dentro da prisão uma imagem confiante.
Foi essa a impressão que tive ao observá-lo com um livro na mão quase fazendo pose para a Imprensa, naquele seu jeito altivo de galã cinematográfico. E comecei a refletir na tristeza imensa que tantas pessoas devem estar sentindo. Lembro-me que o Brasil sempre teve esperanças. Ansiando pelo próximo passo, acreditando no que os nossos dirigentes falavam de uma maneira absoluta, tendo fé que tudo seria resolvido ali adiante como se fosse um passe de mágica.
Foi assim nas diretas e todo um povo sorria encantado com a esperança que surgia em cores tão vibrantes que ninguém ousava duvidar. E depois a Constituição de 1988 e as próprias eleições com o dito fenómeno Collor que aparecia de punho fechado, aparência jovem e atlética, rotulado de perseguidor de marajás e cujo governo fez padecer seus próprios eleitores e acabou sendo expulso da cadeira que havia conseguido tão gloriosamente.
Acho até que além de tudo não são muito perspicazes! Tinha tudo ao alcance de suas mãos, tudo que eles veneram: A popularidade e a fama. E aquele homem que parecia essencialmente um lutador (eu nunca acreditei nele) , que queria ser a um tempo atleta, intelectual e dominador de povos finalizou tristemente causando apenas decepção para quem nele confiou.
Lamento que meu país, tão fértil e rico, com solo capaz de produzir e se desenvolver, com maravilhosas vantagens e que o povo compreensivo e persistente não possa usufruir uma vida digna e confortável.
E nesses dias enquanto vemos lances tão deprimentes e já conhecidos perguntamos se teremos que eternamente ver nossos políticos repetindo cenas de demagogia cansativas e brigas e altercações pelo poder que procuram e querem alcançar a custo até do sacrifício dessa população sofredora.
Vejo a figura do famoso e tão votado Senador Estevão e me pergunto até quando ele pretendia ser o amável incentivador dos pobres fazendo sua campanha e enganando com seu jeito de homem sério e galã ultrapassado principalmente o povo confiante das cidades satélites de Brasília.
Lamento que acontecimentos com esses se repitam num suceder triste tirando a oportunidade desses país crescer realmente e subtraindo dos que mais precisam a esperança renovada tantas vezes de uma forma covarde e ilusória.
