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Cronicas-->E agora, comprador? -- 28/03/2009 - 18:38 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
E agora, comprador?



Depois de toda a tempestade, vistos os estragos das queimadas, esparzidas no campo as cinzas, resta-nos entender que uma grande crise bateu às nossas portas e tivemos que deixá-la entrar na sala. Se irá até os quartos ou a cozinha, será outra discussão posterior. Mas que promete isso, sim, promete.
Não deve ser vista a fumaça dessa recentíssima crise mundial como fantasia quixotesca; ela é perversa demais e poderá durar até décadas a fio. Chegou forte e sem nos dar, de imediato, poder de construirmos uma vacina contra a mesma. Daí entendermos sua enorme virulência. Ao contrário de outras parceiras suas, esta é atrevida e indócil.
O acesso à produção foi universalizado, mas sem regras básicas. O mesmo homem que não se desgarra de um aparelho celular japonês, morre de fome no Ocidente. É mais fácil endividar-se do que honrar os compromissos. A propaganda bem feita exige do homem moderno levar para dentro de sua casa coisas deveras supérfluas. Estranhamente o comércio nos hipnotiza e as más notícias nos chegam quando começamos a pagar nossos débitos fantasiosos de menos.
E nós continuamos a encontrar as claras respostas para as obscuras perguntas. Entre castelos e mansões, o ralo do desperdício viça, e o povo trabalhador cede e empobrece marasmaticamente vivendo o "deixa pra lá que faz medo". Enquanto isso, o Brasil parece continuar o mesmo. A corrupção atiça olhares despreparados, e o socialismo responsável fica cada vez mais distante do nosso convívio. Universaliza-se apenas o débito, enquanto o crédito está cada vez mais particularizando-se em um pequeno punhado de mãos infiéis à justiça social como um todo.
A criança pobre nasce e luta para sobreviver a um parto mal assistido, quando consegue ser recebida no mundo novo por um médico. Vaga nas maternidades públicas é o que mais falta. A educação dessa criança torna-se ultra-rara acontecer e, quando acontece, é de ruim qualidade, como a dos professores nota zero de São Paulo. Mal nutrido, o adolescente-cidadão raciocina bem menos do que poderia. E se tudo ultrapassar, ele chega à universidade, mesmo endividado pelo crédito educativo e com dificuldade de conseguir um justo emprego. E agora? Resta-lhe lançar-se na prostituição, drogas ou outras mazelas. Se escapar de tudo isso, irá dividir com os pais os dissabores do desemprego e da vida faltosa.
Entre um lado e outro desse miserável arco-íris da vida moderna, o Estado suga a última gota de sangue do contribuinte que, por sua vez, luta com garras e dentes para não cair no báratro dos miseráveis. E até onde iremos? Já estamos! Se há uma última estação de parada total é a que chegamos. O trem deve voltar, refazer caminhos e mudar os cursos indevidos das velhas viagens.
Quando os profetas pacifistas de ontem diziam da possibilidade de cairmos nesta crise desumana de hoje, chamávamos a todos eles de pessimistas; hoje o pessimismo é a pura realidade. O que estava por vir já chegou e chegou destruindo além da conta. A relação que mantemos com o planeta é perversa demais para ser mantida. Não podemos, nem tampouco devemos assistir a tudo isso de braços cruzados. Se não somos mais tão fortes como no passado, devemos sê-lo já! Há o que se fazer para que não se perca o último bonde da história da humanidade. Vamos nesse? Já passa da hora!
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