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Teses_Monologos-->Mesmas Retrospectivas -- 20/05/2004 - 10:21 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O BRASIL E OS JORNAIS DO BRASIL
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Domingo passado, dia 16, ao ler os jornais, experimentei estranha sensação de tristeza: os jornais estavam magros, desnutridos e sem novidades. O JB, por exemplo, mostrava-se bem diferente de quando eu ainda morava no Rio, lá pelos idos de 1960/1970, aproximadamente.

Os cadernos como os de Esportes, Casa, Brasília e de Viagens, continham, apenas, quatro folhas cada. O famoso Caderno B e o dedicado ao Rio, cinco folhas cada. Pouco mais gordinhos, o caderno principal e a Revista de Domingo. Mas nada de excepcional. Todos magros e sem novidades para contar aos seus leitores; aqui, acolá, uma opinião ou m assunto diferente, por conta de colaboradores independentes. Cheguei a duvidar que era domingo. Pelo rosto do JB, principalmente, o dia estava mais para segunda-feira.

E pensar que o dia de domingo, quando morava no Rio, era sagrado. Acordava cedo e corria para a banca de jornal , na começo da rua Alice, no bairro de Laranjeiras, para garantir o exemplar do JB. Um jornal bem nutrido. E de qualidade. Quase da grossura da lista telefônica. Saudável e repleto de informações e assuntos para todos os gostos e interesses. Detalhe: muitas oportunidades de negócios e de empregos nos seus famosos cadernos de classificados do tipo “procura-se, vende-se, compra-se, empresa de porte médio necessita, e assim por diante.

Jornal embaixo do ombro direito, e saco de pão na mão, voltava para casa, ansioso para saborear o JB. Inteirar-me das novidades; e da oferta de empregos; que apareciam aos montes, como um grande cardume à disposição dos pescadores. O único trabalho era relacionar as ofertas de empregos e preparar o roteiro a ser cumprido, na segunda-feira, pelas ruas do Centro da Cidade. Só não trabalhava quem não quisesse.

Mas hoje, o quadro mudou para pior. Oi assuntos são fastidiosos e repetitivos. E não há empregos. O que teria acontecido com os jornais, de modo geral, e com o JB, de modo particular? E com o nosso Brasil?

Cheguei a triste conclusão de que o Brasil está doente; envelhecido, maltrapilho e esfomeado. Sem energia, sem ânimo e muito endividado. Ensaiando um mirabolante espetáculo de crescimento, sem graça, para muitos palhaços. Suas estradas esburacadas, em parte, explicam as razões do seu andar lento: semelhante ao ancião de bengalas; vistas cansadas, já não enxerga luz no final do túnel. O Brasil está parado para o futuro. E andando para trás: para o passado. Repetindo-se nos mesmos erros: endividamento crescente, subserviência ao capital estrangeiro, juros altos, vulnerável à especulação financeira, alta concentração de rendas, desemprego, violência, escândalos, corrupção, impunidade, fome e miséria. Desperdício de recursos, falta de investimentos em setores estratégicos e ausência de políticas industriais...Nada de novo. Infelizmente, um quadro sem cores.

Talvez por isso a tristeza tenha tomado conta dos jornais. E a crise, tornando-os magros, em todos os sentidos. Tudo indica que os jornais acompanham a repetição da crônica letargia que tomou conta do país. E os assuntos (ou as desculpas) se repetem.

Somos, hoje, o país das mesmas retrospectivas de final de ano: enchentes no nordeste, secas no sul; recesso parlamentar; desemprego e aumento da violência; eleições e reeleições; promessas e mais promessas de que tudo será resolvido, a médio e longo prazos. A curto prazo, impossível. Há mais de dez anos a história era a mesma. E o longo prazo virou curto prazo. E nada se resolveu. Continuam os problemas de sempre: fome e miséria. Banqueiros e políticos entusiasmados. População deprimida. Fantasmas e Vampiros.

A neurose do medo minando as ultimas esperanças. Esperanças de um país melhor: todos com muito dinheiro no bolso; e saúde para dar e vender. De qualidade e sem cotas. Quando dezembro chegar.



Brasília, 19 de maio de 2004









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