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Cartas-->Urgências da Pele -- 24/02/2005 - 02:31 (Beatriz Galvão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Desculpa, digo, mas se eu não tocar em você agora vou perder toda a naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só essa vontade quase simples de estender o braço para tocar você, faz tempo demais que estamos aqui parados conversando nesta janela, já dissemos tudo que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se conhecer, tenho a sensação impressão ilusão de que nos compreendemos, agora só preciso estender o braço e, com a ponta dos meus dedos, tocar você, natural que seja assim: o toque, depois da compreensão que conseguimos, e agora". - Caio Fernando Abreu, in Anotações Sobre um Amor Urbano

e agora o toque. depois a ansiedade. então a dúvida. seguida do medo e da vontade de rejeição. alguma pontuação que precede os acontecimentos. a pausa que antevê a chegada do próximo movimento.


--Quando o beijo? Quando a boca molhada esperando por mais? Quantos telefonemas e e-mails ainda nos separam?--


"O que pode alguém fazer quando se está na casa dos trinta anos e, virando a esquina de repente, é tomado por um sentimento de absoluta felicidade - felicidade absoluta! - como se tivesse engolido um brilhante pedaço daquele sol da tardinha e ele estivesse queimando o peito, irradiando um pequeno chuveiro de chispas para dentro de cada partícula do corpo, para cada ponta de dedo?" Katherine Mansfield

Mas ainda me assaltam os vinte anos, essa esquina já virei há algum tempo e o sentimento que me toma é o da dúvida –absoluta precisão do caminho aberto e ainda não traçado! –como se o sol do meio-dia pudesse ser engolido aos poucos, como uma sobremesa enlatada que acabo de furtar do supermercado e ele apenas fosse capaz de me irradiar pequenas certezas absolutas que durarão o período de um dia. Nada mais.


Mas me desculpe, repito, o toque é absolutamente necessário pois, senão, como o depois e como a entrega se, como mulher, amo com toda a extensão de meu corpo? Como as dúvidas plenas de respostas anotadas e colhidas a cada sinal? E como afundar-me no abismo que, sim, não previne a queda, mas que tanto agrada aos olhos?

Tantas mortes me apressaram os olhos, me diminuíram os passos, me aguçaram os sentidos, me mudaram os rumos.

Tantas mortes me fazem querer te sentir mais uma vez, pela primeira vez. Sempre.

(http://carotidas.zip.net)
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