Claudinha foi morar à beira mar.
Me deixou,
Como também me deixou Joana, Patricia, Rosinha, Florinda e Alencar.
Alencar era um caro chato.
Chato, mas amigo.
Não sei o que essa trupe foi fazer no Ceará.
Por Claudinha quase perdi minha alegria.
Daqueles bom tempos, só restou nostalgia.
Seus olhos me olhando de solaio,
fazia meu corpo vibrar e pernas tremer.
Quando me olhava, olhava com desejo. Com o desejo de quem quer fruta com casca comer.
Ontem,Claudinha me ligou.
Ligou não, mandou um e-maeil.
Poetisa de mão cheia,
Sempre gostou de me provocar com o lirismo de sua veia.
As vezes penso que Claudinha deveria ser atriz.
Se assim fosse, pelo cristal da telinha, poderia desnudar sua fogosa e e generosa formosura.
Mas Claudinha nunca quis. Diz que ser poetisa é o que a faz tesuda.
Tesuda, para quem tem um coração tão grande como Claudinha, devo dizer que é pouco.
Ela é um poço de alegria e candura.
Quem saiu perdendo fui eu.
Perdi minha inspiração, e perdi a musa.
Do livro: Cronicas DO COTIDIANO E DO ABSURDO
ANTONIO VIRGILIO DE ANDRADE |