A América revive um sonho novo. A democracia permitiu que um negro fosse eleito seu Presidente. Venceu a liberdade. O povo aguarda os frutos interessantes dessa nova página da história americana e, por que não dizer, do mundo.
Ninguém pode render-se de modo insensato e se desnortear por qualquer viés racista e ver em Obama um negro, como se essa fosse a nova cor da América. Obama parece ser o Presidente do planeta, dada a sua vital importància para a economia mundial. O rendedouro de tudo isso deve absorver um verdadeiro arco-íris de esperanças novas e ações justas.
É verdade que o que levou Barack Obama ao poder foi sua palavra - seu discurso falado. Resta-nos esperar, e com muita fé, que suas ações sejam sustentáveis e lícitas. Ele está falando de paz entre os povos. Obama citou a América plurireligiosa e conclamou os americanos a arregaçarem as mangas e reconstruírem a América. Uma América novíssima e esperançosa por dias melhores. Deu um tom resolvível ao momento crísico por que seu país está passando e, por tabela, a totalidade do restante do mundo. De cá, do hemisfério sul, é-nos encorajador ouvi-lo, sem escondermos certa ànsia de desconfiança, porque até agora contamos apenas com a força e a docilidade de suas palavras. Veremos no que tudo isso dará.
Sente-se que o povo americano acha que Obama, eleito Presidente, transformou-se em um triunfo Yanque, e esse mesmo povo achou de fazer uma solene tentativa de crer que com ele foi encontrada a varinha mágica, o condão com o qual toda a crise será resolvida. É necessário antes - bem antes mesmo - que a América chame o seu povo para levantar os tapetes e varrer tudo o que foi posto embaixo deles através das ações dos sucessivos governos que se revezaram na Casa Branca.
É preciso que a América de Obama entenda que a soberania dos outros países, pobres ou ricos, cabe a cada um deles. A intromissão nas decisões de qualquer nação não pertence à América e, se o mundo atual acha-se incomodado pelo fogo cruzado da Guerra Fria, a culpa maior é da própria América que desenvolveu a bomba atómica, inaugurou-a em Hiroshima e Nagasaki e hoje chora pelo leite derramado - leite amarelo cheio de urànio - bem representado aqui pelo mórbido esforço iraniano de ter a sua própria arma nuclear e assim desestabilizar o Oriente Médio e, por contrapartida, o mundo inteiro.
Barack Obama deve possuir as palavras discursivas bonitas, porém, uma ação producente ainda mais bela é o que o mundo quer ver. A importància da América é vital para o planeta. O terrorismo deve ser combatido, mas se sabendo traduzir o que ele realmente é, não confundindo-o com a legítima defesa dos interesses dos povos.
Cuidar de casa que seja seu primeiro exercício cívico. De casa limpa, cuidar de polir sua diplomacia internacional será outra ação interessante. O tamanho de sua grandeza d´alma será diretamente proporcional ao desprezo que ele der à s armas, principalmente à s nucleares que, mesmo hibernando na América, são estopins de angústia e medo para gregos e troianos em qualquer paragem do planeta. Que Deus salve o novo rei da América!