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cronicas-->Incontinência lacrimal -- 12/03/2001 - 14:14 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A incontinência lacrimal foi finalmente reconhecida como doença. Antes tratada como uma disfunção social ou também como "coisa de mulher", agora passou a merecer a devida atenção.
Coisas do novo milênio.

A Incontinência lacrimal, todos sabem, é uma designação mais técnica para aquelas situações em que não se consegue segurar o choro, por mais sem sentido que possa ser. Crianças, adultos e idosos podem ser acometidos desta situação por motivos os mais variados. Trata-se de uma doença crónica, cuja cura é muito difícil. Alguém que a tenha contraído na juventude ou mesmo na infància, embora possa ter um alívio na idade adulta, por certo terá uma reincidência quando alcançar a terceira idade. Às vezes, antes.

A incontinência lacrimal sempre sofreu muito preconceito e mesmo nos dias de hoje, só é tolerada em algumas situações. Objeto de brincadeiras muitas vezes cruéis, todos haverão de lembrar os apelidos colocados naqueles que não conseguem se controlar. Em lugar de grupos de risco como ocorre em outras doenças, a incontinência lacrimal apresenta situações de risco. São muitas, o que exige constante vigilància. Estas situações de risco podem ser dividas em dois grandes grupos. O primeiro é mais óbvio e, portanto mais tolerado, reúne as situações em que se está efetivamente presente ao evento, seja como participante, seja como simples assistente. Casamentos, formaturas, batizados e outras cerimónias são exemplos clássicos. Apresentações de crianças na escola também tem grande periculosidade no que se refere à incontinência lacrimal. Despedidas e reencontros são outras situações clássicas. Há um número imenso.

Se este primeiro grupo é quase inevitável, o segundo é ainda mais perigoso por ser imprevisível. Este grupo compreende o cinema e a televisão. A gente está rindo das galinhas que estão fugindo e, quando menos se espera, a galinha olha pra gente, fala uma ou duas palavrinhas sobre felicidade, liberdade, e fica encarando por longos segundos com aquela cara sofrida e ao mesmo tempo sádica. Parece que está esperando que a platéia seque as lágrimas para prosseguir. Um verdadeiro perigo. Cães também se prestam muito bem para este papel absurdo de provocar crises de incontinência lacrimal. Na televisão, em casa, quando menos se espera tem uma menininha passando margarina no pão e, de novo, alto risco para os desavisados. No programa de esportes sempre surge alguém com a bandeira do Brasil comemorando alguma medalha em cuspe à distància e, novamente, o perigo.

É preciso estar atento. Para isto recomendo o bom e velho piegómetro ou o moderno detector de micos.


Escrito em 25.01.2001


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