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cronicas-->Florbela Spanca- andré luiz aquino -- 13/02/2009 - 18:57 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Florbela Spanca
André Luiz Aquino

Um dia em que acordei e vi que as flores do jardim da minha casa tinham todas morrido de saudade de você. À noite em que olhei para o vaso e vi que as rosas que te dei tinham todas perdido a vontade de viver, eu me apaixonei por Florbela.
E tal qual teu sobrenome incomum, Spanca, cada verso teu de tão dolorido surrava a minha alma até fazê-la sangrar. Florbela, Florbela, cada verso é uma chibatada, cada palavra é uma lágrima.Abriste uma chaga nesse meu peito já tão castigado.
Florbela ninguém é mais triste do que nós, olhando daqui para o mar, os meus sentimentos são todos oceànicos, sem limites, sem fim...de onde me vem tanta dor? Morreu tudo no meu jardim, mas brota agora a flor da pele uma poesia desesperada, como um grito, como um pedido de socorro.
Florbela eu morro e nessas horas em que sofro sou santo, descanso minha asas já tão cansadas de voar, fecho meus olhos já tão esgotados de chorar...em ti , pra ti entrego o que tenho de mais preciso, meu coração de menino e o meu desejo de homem, toma-me em teus braços e declama para mim teus poemas:

Alma perdida
Florbela Espanca

Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh`alma
Que chorasse perdida em tua voz!...

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh`alma
Que chorasse perdida em tua voz!...


Cinzento
Florbela Espanca

Poeiras de crepúsculos cinzentos.
Lindas rendas velhinhas, em pedaços,
Prendem-se aos meus cabelos, aos meus braços,
Como brancos fantasmas, sonolentos...

Monges soturnos deslizando lentos,
Devagarinho, em misteriosos passos...
Perde-se a luz em lànguidos cansaços...
Ergue-se a minha cruz dos desalentos!

Poeiras de crepúsculos tristonhos,
Lembram-me o fumo leve dos meus sonhos,
A névoa das saudades que deixaste!

Hora em que teu olhar me deslumbrou...
Hora em que a tua boca me beijou...
Hora em que fumo e névoa te tornaste...

Anoitecer
Florbela Espanca

A luz desmaia num fulgor de aurora,
Diz-nos adeus religiosamente...
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui... outrora...

Não sei o que em mim ri, o que em mim chora,
Tenho bençãos de amor pra toda a gente!
E a minha alma, sombria e penitente,
Soluça no infinito desta hora...

Horas tristes que vão ao meu rosário...
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Ó meu áspero intérmino Calvário!

E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...


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Andre Luis Aquino
http://andre.aquino12.blog.uol.com.br/


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