Os shoppings estão em festa. As lojas entram em competição, cada qual mais atraente, para agradar aos NAMORADOS, que se deliciam na visão de tantos artigos de consumo... Mas o bolso anda meio vazio. E para dar ao seu amor um presente, digno de tanto chamego e sentimento, nem que gastasse tudo o que se ganha conseguiria definir o tamanho de tanta ternura... Aí está o grande impasse: Namorados... Dia de comprar o presentinho para o ser amado. E ai de quem o esquecer! Não deve ter tanto amor assim...
No meio de todo esse cenário de festa, pus-me a lembrar do meu doce namorado e dos tantos presentes que nos demos até hoje... E sorri, com muita ternura. Ele nunca atinava com o presente adequado para mim. Se era roupa, nunca sabia o número exato: ou era grande demais, ou não cabia. Se fosse jóia, gastava um dinheirão e nunca era do meu gosto. Sempre exagerava e eu gostava de coisas discretas. E eu acabava por dizer-lhe a verdade, quando me cobrava o uso do presente.
Então perguntava:
-De que você realmente gosta?
Eu respondia:
-Ah! Se eu disser, não tem graça. Um dia, você adivinha... Algo bem simples e talvez nem custe nada...
Até que no presente seguinte, a surpresa foi digna de uma festinha particular. Ele apareceu-me com um embrulho muito feinho, grande, uma caixa de sapatos, amarrado por um barbante. Dentro, três pedrinhas lapidadas, dessas que se encontram nos rios e três margaridas, colhidas no jardim de casa, ainda frescas, pois tinham gotículas de água.
Seria, talvez, pouco caso, ou até uma pequena revanche, por eu não haver gostado dos presentes anteriores. Então, eu disse:
-Que gracinha! Pedrinhas tão delicadas... Mas, por que essa caixa enorme, para três pedrinhas e três flores tão pequeninas?
Então, ele fez uma pequena apologia ao Pequeno Príncipe. Disse:
-O espaço que sobra é apenas aparente. A caixa está cheiinha de amor. E todas as vezes que você for abri-la ela deixará escapar um pouco que suprirá a minha ausência. Desta forma, estarei sempre presente na caixinha que te dei.
Foi o presente mais significativo que até hoje recebi. As pedrinhas, ainda tenho guardadas, só que em uma caixinha especial, as três margaridas, também, secas, naturalmente, dentro da Bíblia.
A caixa "grande"? Bem, essa eu acabei por jogar fora, por ocupar muito espaço. Não que o amor tivesse acabado. Isso não... Mas é que o doador do presente tornou-se figura permanente em minha vida e não houve mais necessidade de caixas vazias. Ele pre(enche)minha vida até hoje, e com mega-doses de amor.
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Esta é a minha homenagem singela pelo "Dia dos Namorados", ao doce namorado, que conseguiu "driblar" as minhas rabujices até hoje. Não foi por acaso que ele "acoplou" ao meu nome um pedaço do seu, tão "caliente"...
Milene "Arder" |
