Caminhei pela orla da praia
Permiti que as suaves ondas
Viessem timidamente acariciar meus pés.
Brinquei com seus dedos invisíveis,
Saciei minha sede de azul
Deixei-me inundar desse mar
Que me envolve em vagas
E quer me levar.
Já lutei tanto contra ele,
Me defendi, agarrei bóias,
Nadei como louca, fugindo das sereias,
Mas nada adiantou,
Continuo submersa nesse amor maresia
E tudo o que respiro é esse azul
Que esquenta meu sangue vermelho
Trazendo emoções de tempestade e calmaria.
Hoje não luto mais,
Decidi me ofertar às profundezas
Fiz promessas de ver meu barco
Voltar da linha do horizonte
Sem intenção de cumpri-las.
Teci redes de prender ondas de paixão
E guardá-las em meu aquário vazio,
Esqueci de amarrar o fio
E o mar disse que não.
E tudo o que espero são as marés
Que, ao subirem, permitem
Que suas recatadas espumas
Venham me lavar os pés
E lembrar que o amor é imenso e tonto.
Olho para o mar, meu professor,
Que me chama, tentador,
E me deixo cobrir de azul
Embriagada, ao teu encontro.
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