Desde que aqui cheguei, tenho lido textos sobre Cuba que são escritos, muito mais por ódio ao Fidel, do que em nome dos reais interesses do povo cubano.
Cegos de ódio pelo ditador (sabe-se lá por quais motivos), certas pessoas apresentam um quadro sobre Cuba que contradiz outras informações que nos chegam por meios, muito mais confiáveis.
E então eu pergunto:
"Quem está mentindo sobre Cuba?"
Outro dia por exemplo, numa matéria que o portal TERRA publicou quando da viagem de LULA à Cuba, eu li que, a média de vida na ilha é de 76 anos*... Ou seja, mesmo com o embargo econômico que tanto mal causa à economia do país, os cubanos ainda conseguem viver, em média, mais do que os brasileiros. Que milagre é esse? Milagre; ou fruto das conquistas sociais do socialismo de Fidel?
*(Talvez fosse o caso de perguntar aos anticastristas, o que eles têm contra o fato do povo cubano estar vivendo tanto!)
Outra contradição: como pode um ditador manter-se no poder por 40 anos** sem o efetivo apoio da população, se nem mesmo nossa ditadura militar, com todo o apoio da elite e dos EUA conseguiu? Será que Fidel é mais eficiente que nossos generais o foram, na arte do uso do poder contra o povo; ou ao contrário dos ditadores brasileiros, ele não está usando o poder contra o povo, e daí sua permanência, não contra, mas sim, em defesa do mesmo?
**(Talvez seja o caso de dizer aos anticastristas que o poder real está com o povo e não com a elite; e que, sem o apoio popular, ninguém consegue nada. No Brasil, por exemplo: a esquerda sem o apoio do povo, mesmo armada, não conseguiu derrubar o golpe militar, que só chegou ao fim com a união popular em defesa da democracia.)
Outra noite, assistindo ao Jornal da Cultura, ouvi do apresentador do programa que: "O próprio departamento de defesa dos EUA, admitem que o embargo à Cuba foi instituído com o propósito de provocar a fome e o desespero no povo cubano". Se isso for verdade, o povo cubano então, deve dar graças a Deus por existir um Fidel que conseguiu livrar o país da sorte de um Afeganistão, que depois de destruído por Bush está nas mãos da Aliança do Norte, um conhecido grupo de narcotraficantes que ao contrário das FARCs conquistaram a simpatia e o apoio dos estadunidenses, como se a droga comercializada pela Aliança, fosse menos droga do que a comercializada pela guerrilha colombiana.
É importante salientar que nunca fui à Cuba e nem a conheço com profundidade; o que me impede de tecer comentários mais profundos sobre a mesma. Como pessoa simpatizante do socialismo porém, quero deixar claro que, sou contra a pena de morte em si, mas não apenas contra a pena de morte em Cuba como o são, muitos hipócritas que aqui vomitam suas críticas ao socialismo de Cuba, como se a alternativa que oferecem fosse um exemplo de respeito aos direitos humanos.
Está muito claro para mim e para qualquer pessoa com um mínimo de sensatez e humanismo, que Cuba precisa de uma profunda reforma política e social, mas de forma alguma podemos permitir que tal reforma seja implementada pela mafia cubana***, que ocupando altos cargos no governo da Flórida está muito mais comprometida com os interesses da elite, do que com os interesses do povo cubano.
***( O leitor não acha suspeito que justamente o estado onde a mafia cubana ocupa altos cargos no governo, tenha elegido Bush de forma visivelmente fraudulenta?)
Repito! Não conheço muito sobre Cuba, mas como não sou burro ou cego fica fácil para mim perceber que a maioria dos anticrastistas não são movidos por patriotismo ou humanismo, mas sim, por interesses que certamente, com o tempo, se mostraram antagônicos aos interesses do bravo povo cubano.
