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Cronicas-->1964 - Músicas -- 06/02/2009 - 22:53 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Outro dia falei do momento La Paloma e me vieram outros tantos quantos, ligados ao movimento dos caminhões. Estava naquela alameda de eucaliptos, descendo a estrada do Turvinho, chão batido, vento no rosto, em cima da carga de batata e escutem só - "receba as flores que eu lhe dou, em cada flor um beijo meeu...a minha profissãããoo vou ter que abandonaarr, ai ai... a índia fui em férias passear..." assim Nilton César, aquele cantor, vinha e voltava, claro que eu me esgoelava todo, um autêntico caminhãookê. E, olha, não foi uma vez só.
Tenho uma outra, atravessando São Paulo, lembro ali perto do Ibirapuera, no caminho para São Caetano buscar adubo na Quimbrasil, já madrugada, todas aquelas luzes, a rádio era a Tupi, o programa do Moraes Sarmento, até hoje tenho o nome do Duarte Moreira na locução de fundo, anunciando os chorinhos de antanho e o Moraes interagindo, chorinho com chorão, Delicado, cavaquinho e banjo, Brasileirinho, eu também, no banco do carona. Era só saudade deles e agora minha. À vezes, havia uma poesia daquelas caboclas, num recitar sofrido e vagaroso.
Ao ver a roda gigante girando sem cessar, recordei momentos felizes, na roda a girar...eita Miltinho Rodrigues, ecoando lá do bar do Toco, na esquina do seu João Nagata, o Zezinhojaponês quieto no canto, com os olhos mais fechados, só apreciando e a roda a girar... esse Miltinho era da dupla com o Tibagi. Quem conhece vai se lembrar.
Só sei que era Porto Alegre e em mil novecentos e sessenta e quatro, não tinha noção ainda da Jovem Guarda, mas, a Corujaaa, á á aaa.. corujaa, agora eu sei porque não olha pra mim... coruujaa, não negue o seu amor prá mais ninguém... é consequência de um orgulho sem fim, sem fimm... tudo isso culpa do Deny e Dino, até hoje a dupla coruja. Tinha uma praça, uma avenida movimentada, a carroceria vazia, ouvi não sei daonde, me parece de uma loja, que som para os meus dez anos, em vez de uma guria fiquei com uma coruja, bah tchê.
Me foge tudo à volta, menos aquele trecho de rua, um cachorrinho, o portão da transportadora e um dos caminhoneiros cantando - és o reflorirrrrr do meu amoorrr, serás um mundo de esplendor o nosso amor.... és o maior enlevo da minha vida, quero beijar-te as mãos. Quero beijar-te as mãos. Aqui, eu devia ter uns sete ou oito e prestem atenção nos reflorir, esplendor, enlevo, fiquei encantado e mais com o quero beijar-te as mãos. Fiquei todo esse tempo com o reflorirrrr, do Anísio Silva, um cantor do final dos cinquenta, depois comprei um élepê, mais tarde um cedê e de vez em quando até cantarolo o trechinho acima, nem vou atrás da letra toda, me basta isso.
Não é bem música, porém, estou salvo pelo apito de um guarda de rua, que movimento, lá no centro de Curitiba. Acho que em sessenta, meu pai me levou, descarregou a carga, fomos passear e uma calça comprar, mais o sapato. Experimenta daqui e dali, ele gostou de uma azul e de elástico na cintura, queria levar e eu achei que era de menina, de menina não. Tirei e coloquei a velha, de repente, saí numa disparada... só lembro do silvo e das brecadas e o ta-tá-tá do guarda correndo atrás de mim, num composição, pois só por música que ele parou aquele trànsito. Nem levei puxão de orelhas, sei que usei a calça um bom tempo.
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