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Cronicas-->A ARTE MODERNA -- 08/03/2001 - 22:09 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ARTE MODERNA



Se analisarmos atentamente as primeiras pinturas, ceràmicas e peças de arte encontradas nas cavernas da pré-história, principalmente o primitivismo em suas ações e reações da época, decompomos e deparamos com a Mesopotàmica, sendo o berço da arte, anexada as suas áreas periféricas, principalmente o Egito, até a dinastia Saíta. Assim, quiçá poderemos dizer que - a arte sempre foi moderna.

A maior evidência dessa realidade moderna são as Piràmides, com destaque para a de Khéops, construída ao que se sabe, uns 3.000 anos antes de Cristo. Sua arquitetura montada em coordenadas astrológicas e matemáticas é incrível. Em suas escavações nunca foram encontrados computadores de última geração. Apenas a tecnologia e cálculos avançados do período como estes entre outros: " A base da Piràmide tem um perímetro de 365,24 polegadas, igual ao número de dias do ano solar. Dividindo este número por 4 ( quatro estações do ano ), temos a base de cada um dos lados - 9.131 polegadas, igual ao tempo que separa os equinócios que, dividido por 25 ( número de polegadas compreendido no cóvado egípcio e hebraico ), nos levam de novo a 365,24 ( dias )". A orientação da Piràmide é exata, no sentido Norte-Sul, O primeiro meridiano é mais perfeito que o de Paris e o de Greenwich.

Prova que é o único que passa obliquamente o máximo dos Continentes e o mínimo dos Oceanos. Separa também em partes absolutamente iguais as terras habitadas do nosso Planeta. " Este é o grande atestado do modernismo em relação a outros tipos de construção, naquela época ".

Evoluindo no tempo de continente para continente, as manifestações artísticas, principalmente a: pré-histórica primitivista, oriental, islàmica, pré-colombiana, cristandade clássica e bizantina, medieval, renascentista, vindo até os primeiros movimentos do paisagismo impressionista no século XVII, deram-nos a antevisão do que seria propriamente dito o movimento artístico moderno, até chegarmos ao abstrato total no início de século XX.

A arte em geral na era medieval metamorfoseou-se do paganismo para o cristianismo, deleitando-se no pré-romantismo da arquitetura e iluminuras anglo-saxónia para as linhas mais avançadas da arquitetura e pintura gótica. O principal artista que abriu praticamente às artes para o renascimento, movimento moderno ( moderno há mais de 600 anos ), que iria revolucionar os conceitos das artes em sua estética, foi Giotto, com seus afrescos pintados no final do século XII. E início do século XIII.

No fim do século XIV, início do renascimento, as artes figurativas tinham à disposição quase todos os recursos e técnicas necessários à promoção de uma revivescência clássica. Assim, os artistas e artesões, elementos ativos da sociedade européia, estavam preparados para aprender o último e o mais sutil dos segredos da antiguidade clássica - como ser um homem moderno.

Na renascença, artistas como Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Domênico Ghirlandaio, Sandro Boticelli, e outros, revolucionaram o classicismo acadêmico com seus conceitos de medidas relativas à anatomia humana, desenhos e pinturas lineares, cálculos de engenharia e formas tridimensionais nas esculturas. Abriram espaços para figuras como as de Goya, com seus pescoços cumpridos, deixando o artista com o direito de formar concepções ilimitadas, e com sentidos diferentes pela maneira de analisá-las. Desencadeando também na arquitetura projetos de catedrais e prédios até hoje de linhas arrojadas.

A prospectiva geométrica, cálculos matemáticos mais apurados e a evolução de materiais plásticos geraram na arte um caminho de tendências e escolas progressivas, notadamente na escultura e na arquitetura.

A ponte que atravessamos na arte, entre o século XVII e o século XX, prestes a se findar, foi longa, passando pelos estilos clássico, neoclássico, acadêmica, barroca, impressionismo, expressionismo, dadaísmo, surrealismo, cubismo, cubismo sintético, fovismo, abstrato, futurismo, pop art, e artes gráficas computadorizadas, como outros tantos movimentos desmembrados dos principais citados.

Artistas precursores como: Jacques Louis David (1748-1825) e Jean Auguste Dominique Ingrês (1780-1867) que sustentavam a dignidade e a primazia do Neoclassicismo na primeira metade do século XIX, legaram aos pintores, escultores e arquitetos como: Delacroix, Goya, Blake, Constable de Turner, Rousseau, Francois Rude, Etienne-Louis Boullée, Karl Friedrich von Schinkel entre outros, que influíram artistas como Edouard Manet, Monet, Renoir, Sisley, Pissarro, Degas, Vicent van Gogh, Cézanne, Gauguin, Jan Toorop, Auguste Rodin, Jean-Battiste Carpeaux, Medardo Rosso, Joseph Paxton, Lewis Cubit, o maneirismo do impressionismo e pós-impressionismo para desaguar com a força total no expressionismo alemão com Gabriele Munter, Christian Rohfs e outros, seguindo-se o fovismo cubismo de Picasso, surrealismo de Salvador Dali e os abstratos de António Tapies. Junto às esculturas e projetos arquitetónicos como: Relação de Volumes de Georges Vantongerloo e Projeto Para um Arranha-céu de Vidro, 1920 de Ludwig Mies Van Der Rohe. São alguns nomes lembrados que de modo geral compõe o conteúdo da chamada Arte Moderna.

A Arte Moderna teve exigências radicais com os movimentos artísticos totalitários criados principalmente nos países da antiga União Soviética. Marginalizaram a arte de vanguarda. Criaram na modernidade o gênero radical. Retrocederam na contramão da História, voltando à escola clássica acadêmica, orientada pela vontade alheia, e não pela expressão do artista criador. Nomes como Kandinsky e Kasimir Malevich foram alguns do modernismo artístico moscovita, que depois de 1920, com as dissensões, viram-se rejeitados em seus estilos, pois não serviam obviamente aos interesses políticos.

No Brasil, o Movimento Moderno iniciou-se no princípio do século XX, trazido por artistas que iam estudar ou morar na Europa, principalmente na França.

A semana da Arte Moderna, realizada em São Paulo, nos dias 13,15 e 17 de Fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, inaugurou um movimento artístico e literário, que deu início à nova fase das artes brasileiras, caracterizando-se pela ruptura das tradições acadêmicas, buscando e rebuscando inspiração na autenticidade das nossas realidades. Participaram desse movimento os seguintes artistas plásticos: Anita Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Guignard, Vicente do Rego Monteiro, John Graz, e, os arquitetos: António Moya e George Prsyrembel - entre outros.

A obra mais conhecida de um dos integrantes da Semana da Arte Moderna é o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera em São Paulo, de Victor Brecheret.

Artistas como Càndido Portinari e Tarsila do Amaral, apesar de não terem exposto na Semana de 22, colaboraram decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna brasileira.

Temos em São Paulo, museus de renome internacional voltados à arte moderna, como: MAM ( Museu de Arte Moderna ), MAC/USP, Museu de Arte Contemporànea da Universidade de São Paulo, e outros, afora exposições e Salões de Arte Moderna, atualizando sempre a vanguarda da arte plástica.

Apesar dos movimentos artísticos modernos através da História da Arte, existe até hoje os grupos que defendem a acadêmica preposição que a arte é a cópia fiel do real. E, os chamados modernos que almejam, crêem e criam na arte a liberdade de concepção, para não se sentirem cerceados pelos limites da realidade.

Movimentos culturais através do tempo, salientando o renascimento e a distorção da imagem na arte, foram os marcos que caracterizaram a evolução plástica entre nós. Principalmente para os que compreendem e os que realmente fazem - obras de arte.

Convém citar que na 23ª Bienal Internacional de São Paulo, realizada em 1997, teve uma particularidade que vem ao encontro da nossa tese - a Arte Moderna, sempre foi moderna em relação ao tempo. Nesta Bienal, um expressivo grupo de grandes mestres como Paul Klee, Goya, Picasso, Andy Warhol, Edward Munch, entre outros, estavam presentes através de seus trabalhos em salas especiais, lembrando aos visitantes a antiguidade da arte moderna.


Roberto Stavale

São Paulo, Novembro de 2000


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