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Cronicas-->Maria Antonieta, Rainha Adolescente -- 08/03/2001 - 17:50 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
www.vaniadiniz.pro.br

Figura contraditória e polêmica, Maria Antonieta, da Casa nobre dos Habsburgos muito cedo, ainda menina teve que se deslocar da Áustria, sua pátria para o casamento conveniente com Luis XVI. Filha de Maria Tereza, criança de temperamento saltitante e alegre, a futura rainha da França estava muito mais interessada em brincadeiras do que realmente estudar e preparar-se para o trono dos Bourbons na França.
Encontrou em certo sentido um ambiente hostil não por parte do noivo, figura também desinteressada e indolente. Mas a França estava sob o domínio do Rei Luiz XV, velho, devasso e que nem se preocupava com os gastos públicos. Gastava o dinheiro do povo com simplicidade impressionante, satisfazendo todas as vontades de sua mais recente amante Condessa Dubarry como antes fora a Pompadour.
Foi nessa situação que chegou a jovem futura rainha com 15 anos ao palácio da Tulherias na França. Logo uma rivalidade entre ela e a favorita do avó chamaria a atenção. E enquanto não estivesse no trono não conseguiria impor sua vontade ou seu domínio.
Fala-se muito que Maria Antonieta precipitou a revolução e no entanto isso vinha acontecendo muito antes de sua chegada. Aquela menina de apenas quinze anos muito afeita às distrações, mimada e extremamente amada por seus familiares conseguiria, no mínimo ser um dos personagens sofridos da revolução.
Depois da morte e quando seu marido Luis XVI assumiu o trono e até antes disso, Maria Antonieta se apaixonou pela França e vice-versa. O povo estava pobre, sofredor, mas tinha esperança naquela garota encantadora que era a rainha, malgrado sua pouca idade. O povo realmente confiou nos novos reis que lhes davam uma esperança. Uma tênue luz no fim do túnel, mas assim mesmo uma luz.
E aí vem a grande responsabilidade que atribuem à Maria Antonieta. A França naquele momento esperava por ela. E talvez isso tenha feito com que tudo desmoronasse até mesmo porque ela encantada pelo poder, muito jovem para se conduzir com a sobriedade de uma mulher adulta, ficou deslumbrada. Fascinante, vaidosa e ingênua não conseguia resistir ao encanto sedutor de Paris.
Seu marido, o rei, também jovem, mas letárgico em sua reações, de certa forma culto e estudioso se inflamava muito mais com a caça, seu esporte favorito do que com qualquer mulher. Gostava de Maria Antonieta, mas ela com seu temperamento vivo e exuberante necessitava de muito mais. Ele era bom, fazia-lhe as vontades e era tudo.
A Rainha começou a sentir falta de muita coisa que enchesse sua vida além de compromissos. Não se nega que era fútil, preocupada demasiadamente com roupas e penteados, mas qual a mulher que naquela idade tão juvenil, bonita, especial e cercada de bajulação, elogios, tudo que envolvia uma vida de nobreza teria sido tão diferente?
Certo que ela imperou a época do rococó e impós sua vontade até porque a monotonia a consumia apesar do poder. Verdade que ela montou o seu "petit Trianon", o único lugar que se sentia realmente feliz e progressivamente se afastou de todos inclusive da aristocracia, do povo e até em seu isolamento do país. E que mantinha uma pequena corte particular em seus passeios e estadia naquele pequenino palacete que o marido, havia lhe dado de presente.
Mas analisando de um ponto de vista humano o que era aquela rainha mais que uma adolescente? Tendo deixado muito cedo sua família, na convivência invariável com um marido sem grandes ardor,frio e rude embora bondoso, sozinha e com responsabilidades maiores que sua idade suportava, tudo que almejava era a sedução do poder sem os encargos que não suportava.
Acredito que o mal da jovem rainha foi sem dúvida ter-se afastado de tudo.Com seus amigos, divertimentos, o brinquedo do palácio de Trianon que era relativamente perto de Versailles o Palácio Oficial, sua vida era mais brilhante,requintada e a fuga inconsciente. Acredito que nem ela percebia isso Dolorosamente, lamentavelmente estava cega para tudo que constituía o seu verdadeiro universo.
Podemos condená-la? Acredito que não com tanta severidade. O que era mais sério na verdade é que a pequena rainha nada via, não enxergava e ademais além do embaixador da Áustria que a mandado de sua mãe lhe abria os olhos, penalizado ela estava sozinha em meio a toda uma gama de acontecimentos e situações que não podia controlar.
Viveu, cheia de encanto, apaixonada pela sua pequena corte do Trianon, restrita a um mundo particular construído com a satisfação de fantasia ilimitada. Viveu indiferente e voltada para ela mesma. Esqueceu que o povo lhe amava e acabou sendo odiada pela decepção que causou.
Morreu com altivez e extrema coragem, ela própria estarrecida pouco compreendendo que era uma das figuras mais importantes que os mestres da revolução decapitaram. Jovem e atraente rainha inexperiente não tinham perguntado se queria aceitar o trono da França. Foi imposto como a própria morte.
Vània Moreira Diniz






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