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Poesias-->Despe-te -- 23/08/2001 - 10:56 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Despe-te



Despe-te

Esconde as mãos da razão

Momento a momento, sinto

O desejo a te acariciar

E sem que te apercebas

Por entre as frestas do teu silêncio

É que me chega em frenesi

O perfume da tua entrega



Despe-te

Oculta os lábios da sensatez

Descreio da tua aparente ausência

Sei que me chamas em tuas procuras

Nas clareiras vulneráveis da tua alma

Onde meus passos são via única dos teus olhares

E vejo teus abraços buscando meu corpo

Enquanto tua pele trêmula sorri da tua indecisão



Despe-te

Desata teus medos

Sei-me embaixo das tuas pálpebras

Entre as auroras dos teus pensares

Pressinto o mar que mora em teu peito

E as vagas de afagos febris

Que deságuam órfãs

Na resignação da tua solidão



Despe-te

Tira o véu do silêncio

Deixa teus beijos silabarem

A palavra adormecida em teus lábios

Que venal e profana sonha-me

Derrama a taça das reticências

Que bebe das carícias de tua boca...





© Nandinha Guimarães

Em 22.08.01







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