27 usuários online |
| |
|
Poesias-->Despe-te -- 23/08/2001 - 10:56 (Fernanda Guimarães) |
|
|
| |
Despe-te
Despe-te
Esconde as mãos da razão
Momento a momento, sinto
O desejo a te acariciar
E sem que te apercebas
Por entre as frestas do teu silêncio
É que me chega em frenesi
O perfume da tua entrega
Despe-te
Oculta os lábios da sensatez
Descreio da tua aparente ausência
Sei que me chamas em tuas procuras
Nas clareiras vulneráveis da tua alma
Onde meus passos são via única dos teus olhares
E vejo teus abraços buscando meu corpo
Enquanto tua pele trêmula sorri da tua indecisão
Despe-te
Desata teus medos
Sei-me embaixo das tuas pálpebras
Entre as auroras dos teus pensares
Pressinto o mar que mora em teu peito
E as vagas de afagos febris
Que deságuam órfãs
Na resignação da tua solidão
Despe-te
Tira o véu do silêncio
Deixa teus beijos silabarem
A palavra adormecida em teus lábios
Que venal e profana sonha-me
Derrama a taça das reticências
Que bebe das carícias de tua boca...
© Nandinha Guimarães
Em 22.08.01
|
|