Não é possível que a crise que se abateu em todo o sistema financeiro mundial em 2008 não nos deixe a lição primordial de que devemos mudar e já! O especulador não poderá jamais estar acima do produtor e a economia a ofertar seus créditos loucamente ou sem levar em conta essa correlação bem sólida que deve existir entre essas duas pedras no tabuleiro vasto do capitalismo mundial - especulador produtor.
Não saberia calcular com exatidão quantos quilos de soja seriam necessários para se comprar, com a sua venda, apenas um bom perfume francês. Há criaturas que ganham milhões de dólares a cada dia ou até mesmo a cada trago de um bom champanhe, inquilinando as suítes dos melhores hotéis mundo afora. São exatamente essas criaturas as mais predadoras do sistema capitalista e as que tantos males causam à economia mundial. São esses defeitos graves que devem ser corrigidos, outros eliminados e assim deixar-se que o Sistema Financeiro Internacional acomode-se de forma sã noutro lastro de sustentabilidade e essas crises não nos incomodem mais com a cor e o odor da última por nós vivenciada.
O capitalismo em si é bem diferente desse que hoje vemos em voga. A essência dele perde-se, diluída e tonta, no mau-cheiro desses desvios inoportunos de função e finalidade. Produzir é nobre; especular, apenas tolerado como parte possível de todo o processo.
Assim como nascem, crescem e evoluem os movimentos literários, deveria acontecer o mesmo com esses sistemas de governo. As necessidades do povo que habita a contemporaneidade já exigem que seja criado um regime novo, que contemple as coisas boas do capitalismo e a dos outros sistemas de governo. Assim como a China achou as benesses do capitalismo ocidental, nós deveremos furdunçar as dos outros! Crescem mais os que se nutrem mais,apoiados na genética das coisas. Não pode nem deve ser diferente no que se relacionam os números das economias. Elas servem aos homens e não o inverso. Viver é uma arte. Viver bem, uma arte ainda melhor trabalhada! O capital vem com o trabalho; suas sobras devem servir para o desenvolvimento de outrem, desde que não se transforme nas loucas valsas dos commodities. Quanto mais próximo do capital estiver o trabalho, menos especulação atrapalhará o sistema como um todo. Não podemos deixar que o fruto da produção seja o próprio suicídio de quem trabalha para produzi-lo.
Vivemos em um país com quatorze milhões de analfabetos. Diante disso é que, creio eu, o capital deve ser uma ferramenta mais justa para fomentar o desenvolvimento social. O ato de especular deve ser limitado. Ganhar com a produção do trabalho, ilimitado. O Estado deve entrar nesse meio, regulando para melhor essas relações todas, sem tolher a economia em sua macro presença. Fora a crise! Sejamos dignos de entender as falhas que a trouxeram e encontrar os meios para evitá-la.
