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cronicas-->O país está louco! -- 18/01/2009 - 20:55 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O país está louco!

O Congresso Nacional tem sido bombardeado por todas as suas arestas, o que me leva a pensar sobre quantos parlamentares idóneos sobrarão. Há um desejo ambicioso de condenar-se uns aos outros, vestidos pela quase intimidadora vontade das lideranças partidárias. O país parece estar vivendo apenas para compor CPIs e arquivar processos. As grandes obras sociais de que tanto o povo precisa continuam meio fantasmas e, portanto, invisas.
Ateima-se se o que se argui e audita dará em alguma coisa séria. Ninguém acredita mais em nada! Delegam-se muitas coisas a tanta gente e a sociedade não ouve ou vê qualquer veredicto. O que fica excludente do bojo das inquisições, tantas vezes, é o que devia sentar-se no banco dos réus e ser julgado. Mas os interesses de certos poderosos, detentores do "Segundo Poder", abafam, intimidam, desviam, mortificam, esculhambam tudo. Quando alguém alimenta uma foiteza em alguma denúncia que faz, é perseguido até o último passo.
E virgemente a vergonha se esconde, a lei vai dormir e a impunidade alavanca o crime e a desordem. A mão de ferro é cruel, e o pobre fica no rol dos excludentes.
Há um habitáculo seguro neste país para quem quer e gosta de infringir as leis. Os poderosos dos três poderes, em coito, dialogam entre si e quem tem amigos entre eles pode salvar-se das tertúlias malditas dos sons ilegais dos bastidores. A sinfonia da morte não pára de zunir. Sonidos infernais chegam-nos atrasados, mas mortíferos também.
Vou catar búzios no mar, pór arandelas nas repartições públicas, plantar ataúbas e admirar suas pequeninas e brancacentas flores, confessar-me com as minhas inevidências e metaforizar o meu cotidiano. Assim, quem sabe, poderei dizer para mim mesmo que nem em meu país o sol da justiça brilha forte, as leis são os trovões dos nossos céus e o poder é igualitário, justo, decente, resolvedor de crises.
Devo sonhar bastante com outros paraísos para me ter satisfeito com o Brasil em que habito hoje.
Um vento ustório chega-me raivoso nesta crónica procurando as folhas mortas e passadas. Tudo me parece baço, nevado, submerso, inviso. O país que resolve dorme; há um outro que deseja perpetuar vícios e safadezas. A geração que está sendo preparada fala latim e dança roque, eu tenho que acreditar em tudo isso. Esse é mais um país de sonho do que mesmo de realidade. As duas obras com que o governo acena como marcantes são, na realidade, complicadas, talvez descartáveis: a transposição do Rio São Francisco e a construção de usinas nucleares. O biodísel dá emprego, polui pouquíssimo, traz divisas para o país e é bem mais rápido de ser efetivado. E por que queremos formar astronautas, ir à lua, se a tecnologia desses brinquedos poderá ser comprada por qualquer nação em poucos anos? Quem restringir seus mercados a pactos políticos vai mesmo é perder compradores. Globalizar também passa pela salvação do planeta e de sua gente. Fome, miséria, crime têm que ser coisa do passado. Hoje, homem moderno é homem livre, educado, trabalhador, ordeiro, feliz, produtor de proteína para matar a fome dos menos aquinhoados irmãos da África e também de computador, por que não? Isso sim!
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