A questão da insistência em cobrar a contribuição dos servidores inativos, inclusive os aposentados que já pagaram por ela, tem seu lado positivo. No governo passado, FHC, em dezembro de 1998, embalado pela sua reeleição, em primeiro turno, tratou de editar medida provisória instituindo a supracitada cobrança, que foi, de pronto, rejeitada pelo Congresso Nacional, sendo que, do total, 25 votos contrários foram de autoria de parlamentares do próprio PSDB, partido do presidente.



No ano seguinte, FHC voltou à carga e conseguiu aprovar um projeto de lei no mesmo sentido. Mas, a bancada do PT, PDT, PSB e PC do B questionaram a constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal e derrubaram o projeto.



Ainda em 1999, o PSDB propôs uma emenda constitucional que nem chegou ao plenário da Câmara, por falta de apoio.



Agora, o mesmo PT, o partido do Lula, que outrora questionou tanto a medida proposta por FHC, esforça-se para sua aprovação.



É forçoso concluir: se o Lula pudesse ser nomeado para membro de algum tribunal superior de Justiça, muito provavelmente, ele falaria da necessidade de controlar o Poder Legislativo e o Poder Executivo, a fim de apurar o que ele disse no passado, de que o Congresso Nacional teria mais de trezentos picaretas. E, de quebra, iria sugerir que se abrissem todas as caixas-pretas e de várias outras cores do Executivo, a começar pela Previdência Social, Banco Central, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Polícia Federal, ex-Sudam, ex-Sudene, ex-DNER, agência reguladoras nacionais, privatizações, caso dos precatórios, aposentadorias vitalícias e cumulativas, aumentos de salários pelos próprios parlamentares, desvios de verbas para paraísos fiscais, etc.etc.etc.etc.etc.etc.etc.etc.etc.etc.etc.