"Rio - Júlio Dantas, o poeta português da Ceia dos Cardeais, não era politicamente correto. Desceu na estação de Belo Horizonte, estava lá, esperando-o, o mundo florido das autoridades. Não conhecia ninguém. Sabia apenas que o prefeito era o "doutor Negrão". Olhou para um lado, para o outro, abriu os braços e foi rápido e sorridente para o cordão dos importantes:
" Doutor Negrão, meu abraço!"
Abraçou Melo Viana, mulato retinto, quase negro. O doutor Negrão, Otacílio Negrão de Lima, irmão do mineiro-carioca Francisco Negrão de Lima, prefeito, branco, estava ao lado.
Em 1945,o negrão que não era Negrão ganhou a mão da princesa.O Senado em Minas sempre foi a mão da princesa. Qualquer um pode disputar outras vagas, mas, em cada eleição, uma vaga, quando são duas, ou a vaga,se é uma só, é sagrada, dele, só dele, o príncipe." |