Achei um Livro na Praça , Mas Ele Não Estava Perdido
Há um mês atrás , no meu dia de folga , resolvi passear na praça do Largo da Ordem pois é um lugar que inspira paz . Então quando sentei - me num banco de madeira , percebi que alguém tinha esquecido um livro em cima dele . Assim perguntei a uma jovem que passava no local :
- Este livro é seu ?
Ela repondeu :
- Não
Indaguei de novo :
- Sabe quem esqueceu ?
A garota respondeu , novamente , que não e seguiu o seu caminho . Coloquei o livro em minhas mãos e li seu título com cuidado :
- Depois Daquela Viagem : Diário de Bordo de uma Jovem Que Aprendeu a Viver Com Aids .
Naquele instante , avistei um guarda municipal e perguntei :
- O senhor sabe quem perdeu este livro na praça ?
Deste jeito ele disse :
- Este livro não está perdido , não .
- Ontem uma ONG realizou o projeto : Deixe um Livro Na Praça . O esquema é o seguinte : as monitoras deixaram obras espalhadas pelo local para que as pessoas pudessem levar os livros para casa e lerem . Só sobrou esta obra aí . Pois muitas pessoas que tocavam nela diziam :
- Este livro é grosso demais !
- Livro que fala sobre Aids ? Cruz Credo !
Desta maneira comentei :
- Nossa , esta ONG teve uma idéia genial !
- Seria bom se na cidade outras empresas possuíssem iniciativas parecidas .
- Posso ficar com o livro então ? !
O policial falou :
- Pode , sim !
Eu nem tinha acabado de ler o prefácio , quando de repente , o livro caiu no chão e abriu - se no capítulo 10 , intitulado : A Teoria dos Livros . Logo li esta parte e achei interessante . Pois neste capítulo a escritora chama a intertextualidade , recurso de linguagem em que uma obra dialoga com outra , de Teoria dos Livros . Nesta parte ela diz que quando era criança imaginava que os personagens das obras saiam dos contos para brincarem com os personagens de outras obras , assim estas criaturas imaginárias montavam outras histórias . Com certeza este é um aspecto surpreendente , pois muitos escritores fazem isto através da intertextualidade .
Dia 17 de janeiro de 2009 , um mês depois de ter encontrado a obra Depois Daquela Viagem na praça , voltei a pensar :
Bem que poderiam existir empresas que estimulassem o povo a ler !
Neste dia entrei a Internet , cliquei na seção blogs da Gazeta do Povo , escolhi a página na Mira do Leitor e fiquei contente ao ler o texto : Um Convite à Disseminação Prazerosa da Leitura , da autoria da professora Doralice Araújo . Neste artigo a mestra comenta sobre algumas firmas que têm programas que estimulam a leitura da população , exemplos : O Projeto Passe Adiante , que funciona semelhante ao fato que aconteceu comigo quando achei aquele maravilhoso livro na praça , e o método : Pegue um Livro e Devolva Quando Quiser da Panificadora Pote de Mel , onde qualquer criatura pode pegar qualquer obra da biblioteca do estabelecimento e devolver quando puder .
Através deste artigo é possível concluir que o governo deveria oferecer desconto nos impostos das empresas que possuem projetos que estimulam o povo a ler . Pois incentivar a leitura é um ato de amor a humanidade .
Luciana do Rocio Mallon
