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Cronicas-->1959 - O "cara-chato" -- 13/01/2009 - 21:21 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Foi um Mercedes-Benz élepe-trezentos e vinte e um, mil novecentos e cinquenta e nove, com cem agápes, càmbio de cinco marchas simples, pneus novecentos por vinte, entre-eixos de quatro e vinte. Meu pai comprou-o zerinho e rodou com ele o Brasil inteirinho, exceto Região Amazónica. Vendeu-o em mil novecentos e sessenta e nove pro irmão do zémaria. Certo seria "cara-chata", mas sempre falávamos "cara-chato". Aprendi a dirigir nele, aos sete anos, em mil novecentos e sessenta e um.
Esse caminhão, além do transporte, cumpria uma função religiosa; levava romeiros de São Miguel para Aparecida do Norte e Bom Jesus de Iguape.
Naqueles tempos, meu pai saia prá viajar e voltava dois ou três meses depois. Seguia prá Belém do Pará, ficava no regional Belém-Fortaleza, depois trazia juta, pro Rio Grande do Sul, puxava arroz prá São Paulo, levava adubo para Guarapuava-PR, puxava batata na volta; foi agregado na Ristar, na Tamoyo, na Hass, na Rio-Grande/SP, na Marumby, entre outras.
Enfim, esse caminhão rodou muito pelo Brasil afora, sempre retornando para São Miguel com o mundo para nós, filhos e crianças, naquela época: castanha do pará, cerveja Norteña do Uruguai, cobertores do sul, filhotes de papagaio, chocolates, vinhos e suco de uvas de Caxias do Sul, salame, lembranças diversas, flàmulas, chaveirinhos. Várias vezes, meu pai levava eu e meus irmãos, para uma dessas viagens. Conheci Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, cidades tão distantes, que nos tornava crianças com uma certa bagagem, lá na nossa cidade.
Foi um caminhão cheio de histórias; meu pai teve outros, mas esse cara-chato deixou saudades e muita emoção. Êh, cara-chato!
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