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cronicas-->1980 e até agora - Sindopan -- 11/01/2009 - 16:19 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ó sina, chegou e ficou, quando vai embora não sei, foi ficando, se espalhando, sentou na janelinha, enfim, parece ser a dona do pedaço. Nunca tinha ouvido falar e nem apresentado fui, mas chegou com tudo em mil novecentos e oitenta e um, primeirão foi meu cunhado - passei quase uma noite com ele, ali no Pronto-Socorro de Pirituba, coitado do Dr. António, quanto trabalho até acalmar o homem. Foi a primeira e outras, nem muito lembradas, mas numa delas, por volta de mil novecentos e oitenta e oito, uma sexta, ponte de feriado, essa foi fenomenal, se não fosse péssima, fui despertado pelo telefone pela minha cunhada, o cara tava guardando as facas da casa, para não se matar, nem matar ninguém, achei balela e mesmo assim peguei o opala quatro cilindros e fui ao socorro. Era verdade e a coisa tava nebulosa - oi, e aí? - "tó maus demais, numguento mais" e foi só. Juntei o homem, coloquei no carro e disse - vamos andar e conversar, isso por volta das nove da manhã, São Paulo foi pequena, saí para o centro, depois nem sei pra onde, conversa vem, conversa vai, parei para almoçar, acho que na Vila Mariana; até aí, acalmei um pouco o distinto. Depois do almoço, fui lá na Guarapiranga, pensando que as águas o acalmassem mais, piorou - ó sina.
Não teve jeito, piorou e muito, quase bati, só berrei, calma pó. De novo, coloquei-o no carro e o destino foi, onde, onde? Isso aí mesmo, Pronto-Socorro de Pirituba com o mesmo Doutor António, das dezessete as vinte e duas, quase cinco horas de conversa, injeções e remédios e eu ali, firme. Tem mais, passei em casa para acalmar a Edna e fui para o lado da casa dele pensando em entregá-lo. Qual o que.
No caminho, decidiu ir para uma casa de repouso, procuramos uma e chegamos para uma visita - deprimente foi o resultado. Aqui você não fica, só sei que o entreguei em casa após a meia-noite. Tudo isso, para dizer do meu encontro com a sindopan, apelido da sina, que me aluga, uma mala, uma malona sem alça.
Segundona, foi minha mulher dois anos depois e eu não sabia nada, nem como ajudar, só acompanhar. Era pouco, quanta coisa errada, quanto mal-estar, tudo por saber pouco a respeito e como cuidei mal, porém, uns cinco anos depois chegamos no Doutor Edgard, quando aprendemos um pouco e começamos a sair do mistério, mas não dela, que continua firme e pegajosa, escondida e presente. Mais de vinte anos de tratamento e quantos mais... Não houve rendição, nem haverá. Acostumadão que estava, acompanhando uns e outros, comigo nem pensar, breve ilusão, não é que ela chegou e se instalou em mim - ó sina. Chegou numa sexta e pelo menos eu já sabia onde correr, na segunda cedinho já estava na frente do Doutor Edgard, comecei com os de praxe e segurei a onda por um tempão, hoje, ando esquecido dela.
Ela não me esquece, em casa está sempre ali rondando e agora resolveu rondar os que me rodeiam, um amigo aqui, uma amiga ali, mais um conhecido acolá, outro além e assim por diante, já estou até receitando como enfrentar, não remédios, mas formas de colocá-la a nocaute, quem sou eu não, apenas uma pessoa a flertar com a coisa, a sina, a sindopan - continua na janelinha, aquela cara de paisagem, não tó nem aí, está com tudo, tomando conta de todos, incomodando. Espero que vire história e saia de moda, quando? Já-já, agorinha mesmo - sem pànico, sem síndrome, muito menos sina.
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