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Poesias-->Concha -- 20/08/2001 - 22:49 (Gloria Callafange) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou apenas um coração solitário,

Que guarda o seu nome

Encerrado em uma concha

Inacessível aos olhos humanos.

Os meus lábios ressequidos,

Estão ávidos pelo prazer

Que somente os seus

Podem proporcionar.

Um vulcão interior

Transforma-me a alma em lava líquida

Quando me lembro mais uma vez

Do nosso íntimo amor,

Rápido, escondido, profano...

E é doloroso pensar

Que raramente tivemos tempo

Ou pouco o soubemos aproveitar.

Pertencemos a outras pessoas,

E somos infiéis a nós dois.

Quando separados, somos um,

Unidos pelo pensamento

Quando juntos, disfarçamos,

E acabamos por nos separar.

A saudade vai nos envolvendo,

E nos atraindo uma vez mais,

Para uma nova explosão de amor,

Mas a vida sempre nos devolve

Às nossas obrigações rotineiras.

E o que sobra de nós fica em suspenso,

Um dolorido amor latente, sensual,

Que espera, impaciente, por ocasião igual.

Enquanto isso não acontece,

Sou apenas um coração solitário

Que guarda um grande amor por você,

Encerrado numa concha, como uma pérola

Inacessível aos outros corações.



Gloria Callafange

Bsb, 20/08/2001





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