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Cartas-->À todas 140101 -- 31/12/2004 - 20:30 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Impossível é viver sem que meus pensamentos se encontrem com um passado tão belo e inacessívelmente buscado e lembrado, com um sinal de um tipo de esperança que insiste em não me deixar a sós comigo mesmo. Assim me situo em meio à escuridão de meus dias, profundamente ansioso por dias mais claros, onde poderei finalmente avistar meus portos seguros, atracar em calmas águas azuis, cheias de vida e calor. Um sorriso neste momento até que caia muito bem, mas oque sinto é somente um cheiro de lágrimas, todas muito valiosas para serem derramadas desta forma.
Impossível é ser presente com algo que duraria mais que alguns instantes, portanto, insuficiente para acabar de vez com essa louca e itinerante caminhada a que me forçam meus pés. Levam-me longe, muitos horizontes vislumbro à minha frente. Contente ficaria eu se ao menos pudesse compartilhar in loco cada uma de minhas situações, vivencias imortais à alma sensível e colorida de sonhos sempre presentes, ou seja, uma alma viva proveniente do contato com a minha própria.
Impossível é escrever sem me perder em tuas lembranças. Outrora festanças felizes, naturalmente colocadas pelo destino que nos impulsiona a ser mais do que simples habitantes, mais que pessoas andantes por uma terra que desconhecem. Somos aventureiros das sombras, levamos luz e água às fontes que farão secar o mundo com a descoberta de tão grande notícia. Somos a vida que nunca deixamos esquecida em nossos próprios corações e, talvez por isso, somos mais que uns simples homens, mulheres, na verdade, somos deuses!
Quem diria que alguém é capaz de ultrapassar o limite próprio e alcançar assim sua nova terra? Quem diria que isso é possível? Talvez ao ler palavras que nem sempre fazem do significado inculcado em nossas mentes algo inteligível às nossas primeiras leituras superficiais, possamos lembrar de nossas visões, nosso verdadeiro conhecimento. Algo esquecido e abandonado ao léu, ou a um país qualquer que foge do universo por ser diferente, ou igual demais. Os olhos sempre à volta pressionando tanto, tanto quanto podem. Sinto aquilo que de dentro me expulsa a dor, essa sim faz diferença na hora da tomada dos rumos. Simplesmente nos diz: isto é certo, aquilo é errado! E seguimos seus conselhos e ditames, coisas de humanos fracos e rasos.
Mas que dizer então das marionetes? São levadas e conduzidas pelo palco iluminado, todos riem, riem-se, mas não sabem nem o porquê verdadeiro e certo. São levadas e falam aquilo que sempre queremos ouvir, queremos pensar, sabemos q aquilo nos leva aos mesmos caminhos, às mesmas respostas. Que diremos pois? Daremos as costas a elas? Não sejas principiante, não são as marionetes que devemos mirar, mas sim seus condutores, depois dos fios e, depois dos condutores, temos as mentes deles, e suas correntes. Diria então que temos muito a pensar...
Queria fazer uma pequena reflexão e abrir uma de minhas cavernas pra alguém que sei, não seria capaz de virar completamente as costas, pois ao ler estas palavras se remeteria aos signos a que elas levam e, assim, estarei fazendo diferença, descrença avançada e sutil que concorre com um mundo que não tem mais limites nem horizontes infalíveis ou encontráveis. São todos vis, desprovidos de esperança e amor. Mas há uma chance! Sim, não percamos a vista dela, desejemos com íntima compaixão o conhecimento hodierno que se nos apresenta de maneira tão sutil, tão transparente, lânguido. É apenas algo que desafio a todos: o escutar do tempo.
Deixa-me descer um momento de minha montanha, pois já há algum tempo deixei a profundidade de minha caverna para revelar outros aspectos de uma vida.
Afinal, sou eu mesmo. Sinto que pude deixar me sentir por alguns instantes. A complexidade que me cerca, que me traspassa, envolve, isto quer mostrar, compartilhar, relembrar externando para alguém que é muito importante para ficar somente em breves e simples comentários quotidianos sobre o tempo comum. Já me recuso a viver neste, sempre senti algo que me impulsionava para atravessar a parede que, imaginava eu, era de concreto. Que surpresa! Não era, e cá estou eu. Também não quero dar a impressão de loucura, não sejas tão cruel. Olhe-me bem nos olhos e te colocarei em sintonia com meu mundo, ele é lindo, eterno, crescente, seguindo para o imutável. Existem vales, montanhas, cavernas, todas floridas e cantantes. A música é sentida no ar, ao respirar profundamente só se sente quem não estiver devidamente aquecido pela atmosfera do lugar. O sol brilha a todo entardecer. As estrelas nos dão dias lindos. Tudo é silenciosamente musical, perfeito. E os pássaros?!!! Os mais belos e coloridos. À nossa volta entoam sinfonias completas e de harmonia reverberante, todos a sentem, todos os chamam para perto de si. Mas eles são livres, cantam e voam em busca de mais caramelos.
Sempre se busca flores para novos amores, sempre se está vivendo em surda atenção. Que esperar do amor? Uma dor ou uma beleza?
Quão simples são aqueles que preferem a luz, são imanentes ao meu reino, seu exterior cai-lhe como uma engrenagem girando por sobre outra. Um encontro sincronizado e hábil.
Mas como poderia voar pra bem longe se minhas asas correm o risco de derreter ao calor produzido pelo sol? Que fazes, oh sol, neste lugar onde nem sempre és bem vindo. Ou ainda, por que não te sentas logo e vai fazendo parte do lugar a que és chamado a toda hora? Minhas pernas são sempre bem fortes, no entanto precisam de exercícios para se manter e continuar assim, todos os dias lembro delas, todos as semanas faço-lhes um carinho diferente, todos os meses as olho com muito cuidado e afeição e, todos os anos lhes dou um belo presente, um bem profundo, de coração! E que diria eu sobre minhas tão proveitosas mãos? São elas que neste instante descrevem aquilo que meu coração e mente estão fazendo na famosa batalha das palavras e conceitos com os quais pretendo acertar meus amores e ouvintes dos mais parcos reinos existentes nesta assolada terra de solidão. Meus olhos neste instante estão procurando outros... como espinhos neles são a lembrança dos teus... sempre tão distantes. Mas não se confunda, falo de quando a centímetros olhava-os e mesmo assim percebia a enormidade da distancia entre nós. Por que agiu desse jeito comigo? Meu coração.
A dor agora presente se transforma em força para que eu possa me livrar de filetes de navalha que me esperam o dia todo, me cortam, ferem, tudo sem razão. Os pássaros outra vez cantando e me dizendo que farão o conforto aumentar. Lembro daquilo que me disse quando estavas triste, não com palavras, mas com o coração, luta vencida pelos olhos que em razão da língua, não disseram aquilo que realmente deveria ser dito, feito. Não me arrependo de ter escutado e guardado só pra mim, afinal, sou dum país mui estranho e, não aceitastes o meu convite.
Linguagem minha uso para tentar transparecer aquilo que sinto, vivo, penso, vejo. Não querias conhecer-me? Achas demasiado complexo minhas teclas? Escuta-as agora bem devagar, com a mente afinada e aberta, será realmente isto que está acontecendo neste instante vivido e lembrado, ou seria as lembranças capazes de fazer com que as lágrimas desaparecessem para sempre de teus olhos?
Esperança, isto digo a vc, meu coração está repleto de esperança que, talvez um dia, possamos viver sem a falsa impressão de ter que ser assim como não queremos, sem a pressão da escolha já dantes direcionada e autoritária. Utopia natural para quem insiste em se acostumar com a água salgada do mar indo em direção do nada profundo e frio.
Insistir em ficar a sós comigo mesmo é algo que não deixo nem um instante. Claro, gostaria de tua presença em meu lugar segundo, seria agradabilíssimo, mas me contento em observar o que faz o beija-flor e, comigo passear pelos vales floridos e cheirosos do meu muito íntimo mundo.


Peixe Poeta
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