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Cronicas-->1968 - A Valsa -- 06/01/2009 - 10:27 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Foi tudo muito bem em mil novecentos e sessenta e sete, meu terceiro ano ginasial e primeiro no prédio novo, majestoso e imponente lá no alto da cidade, com suas salas maiores e próprias ao ginásio, diferente conceito do grupo que tinha ficado para trás. Salas de música e de desenho, num segundo andar - enfim, tudo novinho em folha, era só estudar e aguardar a formatura no próximo ano e quem sabe depois fazer o científico em São Miguel mesmo ou sair para outras cidades; bom, deixa para lá, vamos curtir as férias de final de ano e início de mil novecentos e sessenta e oito, para concluir o esperado último ano e aí, sim, dançar o baile de formatura.
Dito e feito, começamos o quarto ano - uma série mista composta de trinta e sete alunos entre alguns repetentes e os que vieram do terceiro ano. Estabeleceram-se os contatos e a tradicional ocupação dos espaços e o dia-a-dia da classe: aulas, trabalhos, provas, etc e tal. Até então, tudo normal, quando alguém disse - "temos que formar a comissão de formatura...". E foi feito, distribuídas funções, me parece que o comando ficou com dois alunos - Osmar e Francisco, quem cuidaria da cantina e outros assuntos. No meu caso, um dos mais novos, fiquei com quase nada, os comandantes tinham muita competência para cuidar de tudo.
Achando perfeitamente normal continuei casa-escola, escola-casa, quando uma colega perguntou: "sabe dançar valsa?" tóóiinn, foi o som que ouvi e perguntei - "para quê?". Ué, você será um dos formandos, dançará a valsa com a sua madrinha e outras músicas com as suas colegas, namoradinha com quatorze anos nem pensar e a vergonha disso então.
Se na época eu conhecesse o termo, diria que fiquei prostrado, fui embora para casa de ponta cabeça - e agora, a valsa e a madrinha. De cara minha mãe descartou ela mesma, mas indicou uma pérola: fale com a Yolanda, eu não, fale a senhora. Parece que ela falou, pois a Yolanda foi a minha madrinha e tenho a foto para provar, todo pimpão fazendo pose.
Agora, a valsa e quetais o que fazer. Não sei quem deu o pontapé inicial, mas no decorrer das aulas, alguém sugeriu ensinar os coitados ainda não dançarinos, pelo menos a valsa, que até era fácil, dois pra lá, um pra cá e rodopia e um pra cá, dois pra lá, taratantan, tantanratantan, taratantan...
Arruma daqui a vitrolinha e ali uns disquinhos, lá vamos nós para o Clube Bernardes Jr. à tarde ou uma casa de colega ou outro lugar qualquer, só sei que fiquei um bom tempo aprendendo valsa, quase uma matéria a mais. Também, música lenta e música rapidinha, samba e rock.
Chegou o baile, antes uma passada em Itapetininga no Ambrósio para a compra do terno preto, camisa branca e gravatinha borboleta pretinha, uma beleza de roupa. Los Guarachos era o nome do conjunto e pela primeira vez fui a um baile, o meu baile de formatura e chamaram o meu nome ao centro do salão com a minha madrinha - que sorte a minha, não é que a Yolanda era craque e eu rodopiei e rodopiei agarradinho ali com a minha valsa de início e VALSA de término. Ó beleza de dança, gloriosa, depois sentei e curti o baile, acho que dancei uma música lenta com a Hilda; tirei umas fotos com os colegas e a madrinha.
Dos trinta e sete alunos, com quatro transferências, trinta e três dançaram a valsa e citá-los todos aqui seria uma honra, mas se falta espaço sobra lugar no coração, na memória e na mais terna lembrança. Vale dizer o mesmo aos professores e funcionários, participantes ativos daquela valsa e músicas que até hoje ouço com a mesma intensidade e jamais esquecerei.
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