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Cronicas-->NO MORRO BRANCO -- 01/01/2009 - 17:05 (JOAQUIM FURTADO DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NO MORRO BRANCO

Nas férias de janeiro de 1999, antes do fatídico passamento de minha mãe, passei bons dias na praia do Morro Branco, no município litoràneo de Beberibe, na costa leste cearense. Acompanhado de minha esposa e filha, além da minha cunhada Kátia (esposa do meu irmão caçula) e suas duas filhas, ficávamos os dias a tomar sol e banho de mar naquele retirado paraíso do meu Estado natal, distante mais de cem quilómetros do burburinho da Capital. Isso repetíamos em todos os dias, logo após o café-da-manhã, eu primeiramente que os demais, pois outra coisa não havia a fazer ali um indivíduo tão despreparado para as tarefas domésticas. Só meia hora depois, é que vinham fazer-me companhia as mulheres e as crianças. Corpos bronzeados, suados e lambuzados de loção, voltávamos para o frescor da casa, a apenas cinquenta metros da areia, fazíamos pausa para o almoço e algum descanso pós-repasto, nas fiangas estendidas no alpendre, sempre do lado em que o sol não alcançava depois do meio-dia (que os raios do astro-rei não são benéficos em todas as horas).
Depois das dezesseis horas, saíamos todos novamente, em longas caminhadas, fosse no rumo leste, em direitura no povoado de Morro Branco, fosse em sentido contrário, que inicialmente não sabíamos aonde levava senão que para algum lugar a oeste. Caminhávamos a cada dia mais um pouco, nas mais frias horas da tarde, em pequena procissão familiar.
Foi num desses saudáveis passeios vespertinos que, no rumo desconhecido, encontramos a embocadura de um riozinho e além desta uma vilazinha típica de pescadores. Um grande achado para mim, que desde a infància gostava sempre de lugares simples e pitorescos, aonde não tivesse chegado ainda a bruteza imobiliária, a deformar a paisagem e a transformar a vida dos moradores. Não me encorajei naquele primeiro encontro com a pequena vila a atravessar a foz do riozinho que, por certo, dadas as suas dimensões e calmaria, daria vau a quem o quisesse transpor, nas horas de baixa maré, e ir apresentar-me a algum ribeirinho da outra banda, para ouvir-lhe as histórias de pescador. Até porque não estivesse preparado e a hora de voltar já se fazia presente, aceitei os conselhos da minha senhora e deixei a cachaça para outro dia.
No final da semana, logo na noite da sexta-feira, recebemos a visita do mano Bernardino, que fora para estar com as filhinhas e confortar-se no colo da esposa depois das poucas mas longas noites em que dormira sozinho; na manhã do sábado, apareceram outros sobrinhos e mais minha cunhada Teresa. O Chico não foi, mas permitiu que os filhos fossem até lá. Aí, então, nos aventuramos a refazer a caminhada até a pacífica foz, desta feita indo visitar a Barra Nova. Nova para nós, Nova para os habitantes locais, posto que Barra Nova é o nome com que foi efetivamente batizada a vila desde o seu aldeamento. E o rio que ali rende vassalagem ao mar, entregando-lhe as águas que traz de longínquas paragens, é o Choró. Surpreendi-me com a informação, pois sabia da existência da vila de Chorozinho, algo distante dali, na rodovia BR que leva ao centro e sul do Estado...
Quem mais se surpreendeu, todavia, foi meu velho pai, que também não suportando ficar longe de tantos filhos e netos por um só dia, deixou mamãe a cuidar da casa e sem avisar chegou a Morro Branco, de ónibus, no Sábado à tarde (só na noite desse mesmo dia, fui encontrá-lo, um tanto aflito, mas bem controlado, na mercearia de seu Chiquinho, avisados que fomos por um vigilante do condomínio onde nos encontrávamos, que, a cavalo, foi levar-nos a informação um tanto truncada de um telefonema feito da vila de Morro Branco para o único P.S. existente no Conjunto Residencial Hildemar Cordeiro III, na localidade de Tabuba construído ao longo da praia e distante seis quilómetros do miolo da vila. Já pensava ele em retornar para Fortaleza). Quando relatei a papai que perto da casa onde nos encontrávamos, existia um povoado denominado Barra Nova, espantou-se:
Mas, meu filho. Barra Nova fica no município de Cascavel!...
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