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Artigos-->185. TODOS SOMOS SOFREDORES — EMÍLIO -- 23/04/2003 - 08:07 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


“Quem não te conhece, que te compre.” Não é esta frase muito comum quando se quer menosprezar alguém? Pois bem, nós procuramos contatar os espíritos sofredores e muitos deles saem com essa observação com relação a nós.



Nós também, é claro, somos sofredores, cada qual a seu modo, pois todos temos defeitos e resgates para efetuar. Mas a dificuldade está quase sempre bem definida para nós, que já enfrentamos duras provas e, no momento, o que mais nos interessa é efetuar trabalho profícuo no socorrismo, para podermos merecer reencarne que nos permita progredir na aquisição dos bens morais que nos faltam, segundo o roteiro traçado para este planeta. Sendo assim, somos todos nós sofredores, mas o que nos distingue dos que almejam prejudicar os outros é exatamente esta consciência atenta e vigilante, no sentido de não permitir que nos impliquemos, através de atos que possam onerar o ajuste de contas, enquanto os demais que permanecem na sombra persistem em sua caminhada de dores, impedindo-se evolução de caráter benéfico para si e para todos com quem venham a relacionar-se.



Por isso a expressão maldita: “Quem não te conhece, que te compre”, que demonstra cabalmente a projeção, sobre o mundo exterior e sobre as pessoas que o habitam, dos males que são detectáveis no indivíduo, mesmo escondidos em seu inconsciente. Nós sabemos bem contornar essa invectiva, pois temos recursos oratórios capazes de reverter a expressão, mas, aos olhos dos nossos “desafetos”, passamos por egoístas, mesquinhos, já que desejamos “orgulhosamente” prevalecer sobre eles.



Como gostaríamos de intentar meios mais ditatoriais, mais coercitivos! Mas estamos impedidos pelas leis cósmicas, dentre as quais avulta, no caso, a lei da liberdade ou do livre-arbítrio, que preserva a integridade da responsabilidade de cada indivíduo responder inteiramente por si mesmo, pelos seus atos, intenções e pensamentos. Não fossem esses limites para nossa atuação e seríamos tentados a perpetrar alguns “milagres” regeneradores, dada a ânsia de configurar mundo isento de crimes e, portanto, de culpas.



Esta vibração não chega a molestar a quem quer que seja, pois não passa de vislumbre de possibilidade que desaparece à simples lembrança dos nossos deveres e dos direitos de todo ser. Se estamos fazendo menção a este desejo sopitado no fundo da vontade, é porque queremos lembrar aos encarnados que, muitas vezes, eles mesmos têm esse tipo de sentimento com relação ao seu vizinho, ao seu parente difícil, ao passante arruaceiro e, principalmente, com referência aos que praticam crimes hediondos, caso em que extrapolam os desejos em forma de condenação à morte, quer física, quer até espiritual, pois não são poucos que execram tais indivíduos, arremessando-os “ad aeternitatem” às chamas do inferno.



Esse desejo incontido, que nada mais é, na maior parte das vezes, do que o medo recalcado no fundo da personalidade ou a insegurança na aplicação dos recursos materiais ou espirituais ao alcance das mãos, deve ser bem compreendido à luz das apreciações que fizemos em relação a nós mesmos. Deve cada indivíduo sorver com avidez as noções evangélicas mais gerais, as que são tidas por leis absolutas, como a do amor, da justiça, da caridade, e alçar os pensamentos em direção à Divindade, para rogar súplice os conhecimentos de que necessita para obrar segundo as verdades eternas.



Esse duplo aspecto do orar e do vigiar, que tão enternecidamente Jesus nos legou, deve ser a divisa da vida, o lema que deve inspirar todos os pensamentos, intenções e atos. Se bem nos compenetrarmos do valor consubstanciado nesse dístico, nunca falharemos e iremos, por acréscimo, obter a ajuda dos esclarecimentos intuitivamente insuflados na mente pelos espíritos guardiães.



Sendo assim, conclamamos a todos que estendam o seu manto acolhedor para agasalhar todos os irmãos, uns mais, outros menos, mas todos, todos, sofredores. Àqueles que têm a noção dos trabalhos que se pedem para sua regeneração, procurar, no exemplo vivo de Simão, que, esquecido das próprias dores, se pôs a auxiliar o Divino Cordeiro a carregar a cruz. Aos que ignoram o seu estado de defecção evangélica e não compreendem a extensão de seu carma, administrar o auxílio mais próximo do esclarecimento oportuno, da prece regeneradora, da assistência contínua mas inteligentemente realizada, segundo os ditames dos princípios da solidariedade, da fraternidade, que nada mais são do que extensões da lei do amor e da caridade.



Procedam assim que obterão outro resultado igualmente compensador: a ascensão aos campos floridos da paz celestial, pois a divina misericórdia tudo provê e saberá reservar, para os seres em crescimento, estágios de felicidade, para que a luta persista, com o ânimo renovado, até a vitória final sobre a maldade.



Boa sorte, amigos leitores, vocês que nos aturaram até aqui, lendo, prestando atenção, compenetrando-se do valor de cada palavrinha lançada sobre o papel; vocês que se recordaram de inúmeras situações boas em que agiram sabiamente ou que se embaraçaram em pensamentos tristes rememorativos de passagens menos felizes. A vocês os nossos votos de felicidade e de plena realização de sua tarefa maior, para a qual foram trazidos à presente passagem pela carne. Busquem concentrar os pensamentos na Virgem Puríssima, aquela santa criatura que, sendo excelsa, viu o divino filho ser estigmatizado com a pregação na cruz. Pensem nos sofrimentos de uma criatura que nada fez para merecer tanta dor e consolem-se diante da sua missão, muitas vezes tão pequenina, tão mesquinha, tão fácil de ultrapassar, para o que basta um pouco de boa vontade e de honestidade. Não creiam que Deus poderá esquecê-los. Jamais! Deus é pai e está aguardando que os filhos ausentes regressem ao lar, para propiciar-lhes grande festa diante de sua redenção.







Graças a Deus! Emílio foi meu nome em vida. Tive alguns momentos felizes, outros desgraçadamente mal compreendidos, de sorte que não aproveitados. Pude compreender tardiamente a verdade das palavras que reproduzi acima, apanhado mal feito de aula que recebi na “Escolinha de Evangelização”. Devo dizer, diante dos impulsos interrogativos do médium, que não sou o irmão querido de seu sogro. Fui mais um aventureiro que desejou açambarcar o mundo com os braços e que acabou dando com os burros n água.



Pelo modo de expressar-me, podem deduzir que fui bronco do tamanho da ignorância e que, por isso, deixei passar oportunidades valiosíssimas de restauração espiritual. Por isso é que me atrevi a comparecer diante dos leitores, para prevenir antes que tenham de remediar. Como o que desejava externar eu o fiz cabalmente, dada a paz deste ambiente acolhedor, resta-me só agradecer a todos a recepção e elevar prece a Deus, para que nos proteja a todos contra os instintos ruins, que, entre outras coisas, atraem para o nosso convívio criaturas que não desejam progredir, pois se espojam no lodaçal da malignidade. Que possa para elas a divina benignidade enviar seus mensageiros de luz, que, melhor do que nós, poderão convencê-las a trilhar o caminho do bem. E esse desejo nós externamos sem ânsia, sem volúpia, sem alienação das virtudes evangélicas necessárias para bem realizarmos o ministério de amor.









COMENTÁRIO — HERMÍNIO



Este amigo veio como quem não quer nada. Começou devagarinho, mas foi ampliando as suas vistas até que, ao final, ostentou potencial de envolvimento magnético esplêndido, de forma que não haverá leitor que não venha, de um modo ou de outro, a ser tocado pela palavra sensível, direta, humilde e eficaz deste texto de inumeráveis qualidades.



Não nos iludamos, portanto, com as palavrinhas de diminuição da própria personalidade. Emílio é figura bem dotada espiritualmente e foi capaz de produzir mensagem à altura de seus mestres. Evidenciou muita segurança no manejo do instrumento mediúnico, configurou situação pessoal (diz-nos que verdadeira), utilizou palavras de fácil entendimento e de frases simples, mas de elevado poder de evocação das lembranças e pensamentos do leitor, enfim, deu-nos texto pronto para publicação em obra representativa deste nível evolutivo e deste ponto do trabalho.



Parabéns, querido amigo. Atenda a nossos pedidos para nos presentear com novos textos tão comoventes quanto este e creia que iremos oferecer-lhe novos campos de trabalho em que possa dedicar-se à árdua tarefa de acolher as pessoas e os espíritos sofredores, concitando-os a perlustrarem com alegria e denodo os caminhos que conduzem à redenção.



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