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cronicas-->A herança do homem -- 09/12/2008 - 14:40 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A herança do homem


Cruzamos o século XX já faz anos e, acredito eu, continuamos desfazendo ao invés de construir um século novo, promissor, diferente em quase tudo dos passados. E se nossos filhos, nossos netos nos perguntassem, olho no olho, com o que nós contribuímos e ainda o estamos, para lhes ofertar um século melhor? Há substrato para nos sentirmos envergonhados. Eu não saberia dizer com firmeza.
Em um futuro nem tão longe poderemos ser taxados de egoístas por não termos feito tanto e melhor por nossos pósteros. Não estaremos ouvindo isso de qualquer cidadão irónico, mas de uma geração que recebeu, de nós, mazelas e descompromissos para com a vida como um todo. Ensinamos muito menos do que realmente deveríamos ter feito. Multiplicamos ambição e colecionamos comportamentos egocêntricos. Não socializamos quase nada e esse pode ter sido o nosso mal maior. Pensávamos, talvez, que tudo seria para sempre, com fontes perenes e inesgotáveis.
No finzinho do século passado, elaboramos uma Constituição Federal. Nela pusemos nossos sonhos democráticos. Acreditávamos que com ela o país continuaria evoluindo político-socialmente com esmero. Hoje, passados 20 anos, a realidade não nos mostra esse propósito de ontem, feito realidade. Nossas faltas se multiplicaram e as lamentações, parecem, avolumaram-se. Preocupamo-nos mais com as sementes e não cuidamos da terra, sua fertilização etc. Tudo o que se planta pede zelo. Não poderemos apenas semear nossos sonhos se descuidarmos de zelar pelo lastro fertilizado onde eles poderão florescer livres e belos. A realidade atual é deveras exigente e nos pede muito de assiduidade e zelo para com nossas realizações.
Imaginávamos que a água iria faltar e até pensávamos que a sede dos nossos filhos seria saciada por algum tipo de sonho inovador que encontraríamos enquanto estivéssemos destruindo o planeta. Enganamo-nos seriamente. A boca, a sede e os sonhos continuam os mesmos de ontem, porém com apresentações mais estilizadas, inovadas e com um colorido novo, mas incertos no tocante ao amanhã imediato.
Quando eu me lembro do episódio horrível de Hiroshima e ao mesmo tempo ponho uma criança no braço, pergunto de mim para mim mesmo: por quê? Por que essa diferença tão drástica de olhares e de desejos tem que existir entre nós? Por que as palavras não nos são suficientes para pedirmos perdão ou perdoarmos? Por que a guerra tem que existir? Erramos, continuamos errando e de século a século continuamos a desfertilizar os nossos sonhos mais singelos.
Estão aí à nossa frente os dissabores vivos do efeito estufa. Começamos a ver realmente tudo o que os cientistas começaram a anunciar ainda no século passado. Fizemos quase nada para evitar o que já nos é real demais. Talvez achássemos, há 50 anos, que esse desastre atual nunca chegaria a habitar fora da ficção científica.
Não sei se é-nos muito tarde já. Mas sei que já nos é um pouco tarde, sim, e carecemos correr contra o tempo e pararmos de destruir o planeta, em nome da permanência da vida.
E, como antes, continuamos a compor, cantar, sorrir e chorar. Somos os mesmos homens dos séculos passados, com a diferença de ganharmos de todos eles diante do estupendo aparato destruidor que conseguimos engendrar em nossa história de deszelo recente. Nunca nem ninguém destruiu tanto o planeta como nós hoje. Escondemos os nossos deslimites e voamos.
É hora de desacelerarmos drasticamente essa propulsão catastrófica de destruição. A vida está indo embora e, se não cuidarmos hoje ainda do planeta, esse poderá ser nosso último século de existência. O mesmo homem que construiu o LHC terá a obrigação de achar o sonho da vida saudável e torná-lo realidade. A cada dia que nos deixarmos ir nessa corrida desenfreada, ficaremos mais envergonhados diante dos nossos filhos. É preciso mudar e, nalgumas áreas, drasticamente. Estamos nos comportando diante da natureza como se fóssemos a escória da civilização. Mudemos. O amor bem que pode ser essa nossa ferramenta esquecida.Que tal?
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