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Humor-->O entendido -- 20/03/2006 - 10:25 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ENTENDIDO

Jacornélio M Gonzaga (*)

Articulista, maestro de palavras, que escreve com a sagacidade de um repórter investigativo, o Sr Guilherme Eremildo Fiuza, famoso autor de vários um livro (3000 dias no Bunker), foi fenomenal ao chamar a operação do EB, no Rio de Janeiro, de “apenas uma comédia pastelão, salpicada de sangue”.

Em seu artigo, o bem informado escritor pergunta: “Quantas granadas de uso exclusivo das Forças Armadas já foram detonadas por traficantes, mandando policiais pelos ares?” E responde, afirmando: “Há mais de vinte inquéritos em andamento sobre desvio de armamentos em instalações militares, fora os que nem chegam a virar inquérito” (uma acusação desta, é para o MP militar apurar, com rigor, ou encaçapar o acusador).

Na continuidade de seu artigo, o escriba destila seu veneno: “O Exército é um farrapo institucional”; faz sua colocação política: “Chega agora ao fundo do poço, ao servir de manobra eleitoreira a um governo federal que agoniza há um ano e a um governo estadual que nunca existiu”; e, como todo brasileiro, que antigamente era entendido só de futebol, Guilherme dá uma de analista militar (tem tantos! Até eu!): “Tropas despreparadas, desinformadas, caóticas, posando para as câmeras com suas armas apontadas para a Lua, suas investidas a esmo, atiçando o fogo cerrado dos traficantes em confrontos inúteis, sem tática nem lógica. Quem acredita nesse teatro do absurdo?

Sr Eremildo, as armas apontadas para a Lua fazem parte de um protesto contra o absurdo gasto de dez milhões de dólares, pagos à Agência Espacial Russa, pacote da propaganda eleitoreira do Beócio e de sua trupe. Mas o senhor tem razão: ninguém tem o direito de atiçar a ira dos traficantes, muito menos prejudicar os seus rendosos e lícitos negócios. Realmente, não permitir que os viciados financiadores do tráfico cheguem, com tranqüilidade, na boca-de-fumo é um teatro do absurdo. Como ficariam eles sem articulistas do seu porte para os defenderem?

Mais adiante, o senhor mostra sua preocupação familiar: “A movimentação do Exército em busca dos fuzis roubados parece uma reação súbita da dona do bordel para lavar a honra de suas moças. A boa senhora cismou que a clientela vai ter que se explicar por ter tomado liberdades com as meninas”.

Fora das manifestações de defensores dos direitos humanos e de diversos segmentos da Procuradoria, há muito tempo em não via uma defesa tão peremptória do crime organizado. O Sr Eremildo é que dá um show ao afirmar: “a constatação é dolorosa, mas inevitável: o tráfico de drogas dá um show de coerência no Exército. Reagem quando atacados, ameaçam a cidade quando seus líderes são mortos, escolhem seus alvos de maneira clara, delimitam territórios por facções, estabelecem códigos de não-agressão à população em suas áreas de influência, pagam regiamente à polícia para liberar suas vans piratas, enfim, seguem ao pé da letra os códigos cartesianos do terror”. É, e o senhor tem até espaço em jornal para escrever!!!!!

Mais adiante, sou obrigado a concordar com o Sr Eremildo e esperar um artigo dele pedindo mais verbas para a MB, o EB e a FAB: o que fazem as Forças Armadas deste Brasil que não patrulham direito as fronteiras deste paiseco, cuja área é de somente 8.511.965 km2. Olha que são só 23.086 km de fronteira seca, sem contar com a fronteira marítima, apoiada num litoral de 9.198 Km. “Não ajudam a Polícia Federal contra o contrabando de armas, não sabem vigiar nem seus próprios quintais. Não venham, portanto, sobressaltar a população com operações mentirosas e desastradas. Voltem para a caserna e arrumem sua casa primeiro”.

Seguindo o conselho do Sr. Eremildo, eles voltaram.....

Grande Eremildo, você está certo e aliviado: “Os traficantes do morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, retomaram as atividades com força total depois da retirada das tropas do Exército”. Repórter bem informado, você sabe até o armamento disponível pelos traficantes da Mangueira: “O morro da Mangueira é um dos mais armados do Rio, contando com pelo menos 50 fuzis”.

Mas, como li em outro artigo, crise de abstinência não é problema meu.

Posso dizer é o seguinte, pois é um comentário geral: após a saída do EB, os traficantes começaram a reverter o prejuízo que tiveram com a asfixia provocada pela ocupação dos soldados. Como exemplo, só na Mangueira, o prejuízo, em uma semana, com a não venda de drogas, foi de R$ 1 milhão. Grana que deve ter a participação de alguns escritores, quem sabe? Livre mercado – capitalismo selvagem!

Com certeza, devido ao apoio demonstrado por alguns setores dos “homens da capa preta” e da mídia, os 150 homens, que fazem a segurança do tráfico na Mangueira, ao comando de Leandro Monteiro Reis, o Pitbull, seu Chefe de Estado-Maior, Francisco Paulo Testa Monteira, o Tuchinha, e seu Assistente-Secretário Alexander Mendes da Silva, o Polegar, líderes da facção Comando Vermelho (CV) - estes dois presos em Bangu 3 - estão tendo um trabalho hercúleo, pois além de suas tarefas militares, estão sobrecarregados com o recebimento, preparo e distribuição da droga. Será que suportam a demanda reprimida?

Desculpem-me, mas o EB realmente estava na hora de ir embora dos morros, pois, segundo explicações dadas por um tal de Sr. Alencar a um general que assessora o apedeuta, a intervenção militar estava prejudicando a imagem do Governo junto à população de baixa renda. E, em ano eleitoral, isto não pode acontecer...

Depois disso tudo, a Folha de São Paulo, publicou, em 18 de março, que “Com base em informações passadas pela Secretaria de Direitos Humanos do governo Rosinha Matheus (PMDB), o MPF (Ministério Público Federal) se prepara para instaurar uma ação contra o Exército pela suposta violação de direitos humanos por militares que ocuparam durante oito dias o morro da Providência, no Rio”.

Adivinhem quem é o procurador? É o mesmo Fábio Aragão que, durante o decorrer das ações do EB, tentou suspender sua continuidade. Vá ser respeitador dos direitos humanos lá na ..... Tão cioso de seu papel, o procurador esteve no morro da Providência para procurar as conseqüências da ocupação da comunidade por tropas do EB.

Termino estes escritos, plagiando um belo artigo que recebi, falando sobre crise de abstinência: “Saudade do tempo em que bandido era bandido, crime era crime e que idiota era idiota” E eu acrescento: Cheirador só cheirava!


(*) Jacornélio é parente do Eremildo (o Idiota), encontrador de drogados e Diretor-Geral do Fundo Nacional de Pensão dos Anistiados Políticos (FUNPAPOL).

Revisão: Paul Word Spin recusou-se a revisar.

Brasília, 19 de março de 2006

e-mail: jacornelio@bol.com.br e jacorneliomg@hotmail.com



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