Velho patriarca não muito bem de saúde encontrava-se hospitalizado há dias e os filhos, netos, bisnetos e demais parentes chegaram de todos os cantos para lhe visitar. Uns vieram de São Paulo outros de Brasília até do estrangeiro veio a familiarada. Tanta gente que nem presta. Cearense tem em todo lugar do mundo até em Campina Grande na Paraíba encontra esse povo.
A maior vontade do paciente turrão era morrer em casa, próximo aos seus entes queridos. Os médicos deixaram que a família o levasse, para cumprir seu último desejo. “O de morrer na sua cama”. Já em seus aposentos as visitas eram intensas e revezadas. Todos tentavam acalentar e confortar o enfermo em estado terminal. De repente o velho sentiu um cheiro inconfundível partindo da cozinha. Era a patroa destampando uma panela de mungunzá. O velho arregala os olhos como tivesse com a saúde em perfeito estado. Então, fica de pé ao lado da cama e grita:
- Minha velha! Traga um prato mungunzá cheio até a tampa, derramando pelas beiradas, pois se tenho que morrer. Quero morrer de bucho cheio.
- A patroa disse que não!
- Mais porque que não? Sua gorda miserável, sua desgraçada!
- Eu já disse que não! O mungunzá será servido para aqueles que estiverem no seu velório.