Um por cento de aumento, é o mesmo que “SEM POR CENTO”. Não vale nada. Melhor faria o governo se tivesse ficado com a mão (ou a boca) fechada, ao invés de humilhar os servidores públicos com uma espécie de demagogia às avessas.
O reajuste (?) próximo de zero, do ponto de vista financeiro, é invisível a olho nu; não passa de uma bactéria sem graça e desconhecida. Não compra, por dia, um chiclete mastigado. Abaixo das piores expectativas. Um certificado, oficial, de palhaço do ano. Enfim, é o final dos tempos. Ou seria o sinal do fim? Do fim do serviço público. Já tão desmantelado e bombardeado pelo presidente anterior. E que o Lula parece dar continuidade às explosões.
Do ponto de vista ético e moral, este protótipo de reajuste assombra e assusta. Além de ser oneroso para o Estado, traduz-se num enorme e desnecessário desgaste político. Caminha na mesma linha do projeto Fome Zero. Seria o mesmo que o governo distribuir um caroço de feijão por mês.
Muito diferente do que vem acontecendo com os vencimentos e vantagens dos parlamentares: quatro aumentos por ano nos salários, nas verbas de gabinete e nas verbas de caráter indenizatório. Sem falar nas convocações extraordinárias, quando os nobres parlamentares recebem em dobro, para fazer o que já deveriam ter feito durante a legislatura.
Cada parlamentar está custando, por mês, aos cofres públicos, cera de R$80 mil reais. E para fazer o quê? Para aprovar medidas de seu próprio interesse, ou demagógicas, como esta do reajuste dos servidores públicos. Tudo sob a égide da profecia de São Francisco. “É dando que se recebe”. E, também, para ajudar o governo a cobrir (e a encobrir) os rombos da Previdência, quando insistem em meter a mão no bolso do aposentado. Arranhando a Constituição, em flagrante desrespeito ao ordenamento jurídico vigente.
Não tenho mais dúvidas. O aposentado, no Brasil, virou terrorista que esconde armas de destruição em massa. Os inativos formam hoje o que Bush convencionou chamar de o “eixo do mal”. E parece que a praga pegou por essas bandas tropicais.
Depois da arrasadora vitória nas urnas, o governo Lula ameaça invadir todas as praças onde existam aposentados. A desculpa é a de que eles são perigosos; uma ameaça aos cofres da Previdência Social.
Os aposentados, embora sem provas contundentes, são acusados de várias explosões e atentados aos cofres do INSS, desviando recursos para custear seus atos de terrorismo no Brasil e no exterior. Todos os imensos buracos na caixa da Previdência Social são atribuídos aos atos de violência dos aposentados.
Há notícias de que estes recursos estão sendo desviados para paraísos fiscais, a fim de financiar o tráfico de entorpecentes, o contrabando de armas e o crime organizado, entre outros.
O governo já pensa em tratar a aposentadoria como sendo crime hediondo: aumentando o tempo de permanência na cadeia; dificultando a possibilidade de concessão de novas aposentadorias; aumentando a idade para adquirir o benefício; e retirando-lhes todas as vantagens até agora adquiridas.
Se você souber de algum aposentado próximo de sua residência, avise ao governo, pois ele está cadastrando todos eles, a fim de persegui-los até a morte. Geralmente, esses privilegiados andam disfarçados para não serem reconhecidos. Vestes maltrapilhas, como os mendigos. Andam com pouco dinheiro no bolso – geralmente moedas – barba por fazer e uma expressão de tristeza e de carência no rosto. Não se iludam. Eles são perigosos.