O trabalhador brasileiro ainda está muito aquém de ter uma vida com suas necessidades básicas satisfeitas. É um povo sofrido e com parcos motivos para comemorações.
O futebol está inserido nas poucas alegrias e momentos de prazer desse povo sofrido, que sofre diante de um jogo pelo campeonato brasileiro.
Qual o programa mais barato num domingo? Um futebol pela televisão. (sobrando, é claro, o Faustão e o Gugu).
Freqüentar os estádios de futebol tornou-se uma aventura muito arriscada. E uma cadeira ou arquibancada superior é muito onerosa. Se for com a família então... Fica impraticável. A televisão é o veiculo mais acessível para o trabalhador assistir seu time do coração.
Com o advento da TV a cabo foi feita uma seleção dos apreciadores do futebol.
Mas não parou por aí. Agora concentrou mais a audiência. A elitização está completa. Quem quiser assistir seu time no campeonato brasileiro, terá que assinar o Pay-per-view. Um nome bonito e imponente. Imaginem se não é chique dizer: - Eu sou assinante Pay-per-view. Eu faço parte de uma classe social. A pirâmide Pay-per-view. Pobre povo brasileiro. Quanto menos tem mais te tiram.
Um acinte. Um absurdo. É o povo quem sustenta essa paixão. É o povo que leva o emblema de seu clube no coração. Entretanto, apenas uma parcela privilegiada da população tem acesso aos jogos.
Espero que o ministro dos esportes, que pertence a um partido com fortes bases proletárias e tradição socialista, examine com atenção a elitização do esporte mais popular do Brasil.