A guerra do Iraque não aponta vencedores, mas, tão-somente, perdedores. Em primeiro lugar aqueles que não conseguiram sobreviver aos bombardeios, principalmente, os civis assassinados: mulheres, idosos e crianças; os militares iraquianos, americanos e ingleses; os milhares de pessoas mutiladas, física e psicologicamente.
Mas, também, aquele que quer, pela intimidação, sagrar-se como o sherife do mundo, não foi nada bem. Senão vejamos: primeiro ele não conseguiu esconder o verdadeiro objetivo da invasão daquele país; depois, foi incapaz de “capturar vivo ou morto” o tirano do Saddam Hussein, ou encontrar as armas químicas, biológicas e nucleares.
Sobre estas últimas, a Síria tem dado uma grande contribuição quando anuncia de público que sabe onde elas estão: no Estado de Israel. Como este país é um seu aliado, esperamos que facilite as coisas para o presidente Bush. Ele está louco para encontrar; e a Síria já afirmou de público, em várias oportunidades e com muita segurança que Israel tem armas químicas, nucleares e biológicas, de destruição em massa, que tanto condena.
O sr. Bush levou o seu país a uma situação muito delicada, uma vez que conseguiu mobilizar grandes massas politizadas por todo mundo em manifestações contra os EUA. E trouxe à tona uma constatação importante da qual muito se orgulharia o poeta revolucionário Bertholt Brecht se vivo fosse: a de que nós já não vivemos em um “mundo de muitas injustiças e nenhuma insatisfação”. O sr. Bush levou o mundo a mostrar que nós vivemos um momento de muitas injustiças, sim, mas, de maiores insatisfações.
No campo econômico, a começar com a insegurança do seu país, declinou, sensivelmente, o turismo e, para completar, o boicote aos produtos americanos está sendo levado a sério por grandes contingentes populacionais politizados.
No que pese o aparecimento de alguns economistas virem em seu socorro, condenando, o boicote, sob alegações de que isso geraria desemprego no nosso país, não foi possível reverter os resultados, pois, o protesto não é muito convincente, muito pelo contrário, vez que, consumindo o que é nosso, não se verificará evasão de divisas.
No que concerne à exploração das riquezas do Iraque, as coisas não andam nada bem. As maiores organizações religiosas daquele país se unem para coagir a saída das forças americanas. A história da libertação do Iraque e a implantação de um modelo democrático, não estão sendo ingeridos por aquele povo. A sua religião, seus costumes e, principalmente, a sua cultura, não se ressentem das nossas “liberdades democráticas”.
De toda catástrofe ficou a lição de que a força nada resolve nos dias de hoje. Se se pretende mudar o mundo, só se consegue pelo processo de conscientização do povo.
As intimidações são baixarias. Essa estória de que o Brasil não respeita os direitos humanos, como forma de advertência, só nos causa aversão. A lista negra divulgada para amedrontar os países de todo o planeta, é uma grande vergonha. Essa tática não funciona.
Está ai o exemplo do Iraque: os libertados querem se ver livres dos seus “libertadores”.
|