NA LÍNGUA DO NORDESTINO
(para quem chegou agora)
Dois motoristas, em alta velocidade, numa mesma pista, e no mesmo sentido.
O cearense, com o carro em velocidade muito acima da permitida, um pouco mais à frente.
O outro, o acompanha, mais atrás e,obviamente, mais devagar.
A cena se dá em Brasília-DF. À cada barreira eletrônica, (e na capital do Brasil há muitas) as luzes dos radares se acendem e fotografam o flagrante do excesso de velocidade. A pista tem muitas barreiras deste tipo. E os flagrantes vão se repetindo. E as luzes acendendo, fotografando e fotografando o cearense, até que o motorista, que o segue, acelera mais um pouco, adianta-se e, apontando o dedo para o próximo Radar da pista, na iminência de fotografar o próximo excesso de velocidade do cearense, emparelha seu carro com o dele, e grita, bem alto, tentando avisá-lo do perigo:
- RADAR, RADAR, RADAR, RA...DAR...RA..DAR, chamando a atenção do cearense para que ele observe os radares que fotografam as multas e, desse modo, reduza a marcha para evitas as multas.
Mas, o cearense, parecendo que não entendia bem a mensagem, colocou a cabeça para fora da janela e, dedo em riste, na direção do outro carro, respondeu na ponta da língua:
- ÔXENTE! RAI DÁ VOCÊ, FI DUMA ÉGUA.
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