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Humor-->Falta de Educação ou Falta Educação? -- 07/12/2001 - 09:36 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FALTA DE EDUCAÇÃO OU FALTA EDUCAÇÃO ?

A imprensa noticiou. Cerca de um milhão e duzentos mil jovens, que fizeram as provas, este ano, relativas ao “Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tiveram rendimento abaixo do registrado em 2000. Na parte objetiva, os alunos alcançaram, em 2001, a média de 40,56 pontos, contra 51,85 em 2000 (para um total de 100 pontos). Na redação, cujo tema foi “Desenvolvimento e preservação ambiental”, outro desastre: a média de 60,97 registrada em 2000 caiu para 52,58 pontos.

O Brasil, conforme noticiou os jornais, participou de um concurso de literatura para jovens adolescentes do ensino fundamental, do qual participaram várias nações, tendo conseguido superar o fraco desempenho (?) da nossa seleção de futebol, colocando-se, no referido concurso, em último lugar. Concurso que exigia, diga-se de passagem, basicamente, leitura e interpretação de texto.

Também, não era para menos. Se atentarmos para os fatos e ações políticas recentes, começaremos a perceber que há, no reino, algo de podre e de muito grave.

Um grupo de professores e escritores, na semana passada, próxima ao início de dezembro de 2001, pela internet, lançou algumas dúvidas acerca da possibilidade de que o governo estaria propenso a retirar do currículo do ensino médio brasileiro a disciplina de literatura.

A fonte de preocupação do grupo estaria calcada nos chamados Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino médio (PCNs), um conjunto de normas e orientações que estabelecem recomendações e dão apoio ao desenvolvimento das atribuições afetas aos professores.

Segundo o grupo, no PCNs, mais especificamente na área de linguagens, na qual a literatura deveria estar listada, faz-se menção, apenas, ao estudo da língua portuguesa, língua estrangeira moderna, arte, educação física e informática. A literatura não aparece entre as “competências e habilidades” ali arroladas.

O Secretário de Ensino Médio do MEC, Ruy Berger, que participou da elaboração dos PCNs, e é professor de literatura portuguesa na Universidade Estadual do Piauí, refuta a opinião do grupo dizendo que, ao contrário do que se pensa, “há referências claras à literatura nos PCNs, mas a concepção não é tradicional. Foge daquele modelo que obriga o professor a começar ensinando a literatura do Século XVI e ir seguindo a evolução histórica”. Vale lembrar que os PCNs foram elaborados pelo MEC em 1998 e distribuídos a professores e escolas da rede pública e também para as secretarias de educação estaduais.

Entretanto, um dos alertas do grupo, feitos na internet, é que a disciplina de literatura já foi retirada do currículo do ensino médio nas escolas públicas da rede estadual de ensino. A própria superintendente de ensino da Secretaria Estadual de Educação, no Rio de Janeiro, Lúcia Paraguassu, segundo a imprensa, chegou a confirmar que a maioria das escolas da rede estaria deixando de ter aulas específicas de literatura. A literatura, segundo aquela supervisora, estaria “incorporada ao ensino de toda a língua. Não existem áreas estanques como gramática, redação e literatura.

Para o escritor Josué Montello, da Academia Brasileira de Letras, entretanto, uma coisa seria ensinar literatura e outra ensinar língua portuguesa. “ – Na literatura, você leciona a língua na sua beleza e na sua forma. O escritor utiliza a linguagem sabendo estar aproveitando as qualidades artísticas, com individualidade e estilo. É sempre preciso saber a diferença entre escrever um recado e uma concepção artística”.

O escritor Affonso Romano, que fez a denúncia em sua coluna jornalística em O Globo, é da opinião de que “Hoje o ensino é mais pragmático e pobre. ... – Nas antigas faculdades de filosofia, o estudante entrava em contato com grande parte da literatura ocidental”. Segundo Romano, “ – Os burocratas e pedagogos têm boas intenções, mas é necessário um debate com quem está com a mão na massa”.

De qualquer maneira, é bom lembrar que a literatura é o caminho mais curto para que o cidadão possa angariar sua independência e sua liberdade de pensar e de agir. E a massa crítica de qualidade, neste país, a bem da verdade, está fazendo muita falta. Haja vista a situação de miséria e abandono em que se encontra a nossa língua portuguesa.

Não somos, evidentemente, contra o fato, natural, que surge com a dinâmica de interação entre os povos, onde cada qual vai assimilando esta ou aquela expressão. A miscigenação de raças, culturas e linguagens é fator preponderante neste novo século. Entretanto, temos que combater os excessos.
Influências de linguagens estrangeiras são sempre bem vindas. Mas, é preciso estas alerta e condenar a alta concentração dessas influências em um único idioma, como, por exemplo, o idioma inglês. E pior, na maioria dos casos isto acontece em detrimento da nossa própria língua. Há expressões estrangeiras que possuem, na língua portuguesa, substitutos mais adequados e mais formosos. Porque não utilizá-los? A soberania de um país começa pela preservação de sua cultura, aí inserido o seu aspecto mais importante que é a língua com que falamos aos nossos compatriotas. No meu modo de ver, por exemplo, “Park Shoping” (é assim mesmo?) estaria melhor se fosse aqui chamado “Centro de Compras”

Finalmente, e valendo-me da “linguagem” ou “dialeto moderno”, como queiram, que aos poucos susbstituem a maneira de pensar e de falar dos brasileiros, e, ainda, se medidas, comportamentos e atitudes não forem tomadas, com urgência, chegaremos a conclusão do que aqui foi exposto, da seguinte maneira:

- Pô, cara! Tá correndo um lance aí, tipo cortar uma disciplina.
- Acho que literatura. Sei lá! Que que tu acha, merrmão?
- Ah, sei lá. De repente é uma boa. Menos livros prá gente ler.
- Só lamento!
- Só que prá detonar a coisa, vai ter o lance do blá, bla, blá!
- É, véio. Fazer o que? Deixa rolar prá ver como é que fica.
- Só. Poder crer! Maior roubada! Tô fora.

Domingos Oliveira Medeiros
07-12-2001
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