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Contos-->23 - RECOLHENDO SEUS ANIMAIS, ÀS PRESSAS -- 25/08/2020 - 13:42 (GERMANO CORREIA DA SILVA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

23 - RECOLHENDO SEUS ANIMAIS, ÀS PRESSAS

 

Billy Lupércio Daniel conta que no primeiro ano da década de 60, do século XX, choveu muito na região onde ele nasceu, mas em contrapartida, no ano seguinte teve início um período de estiagem muito intenso, que causou muitos prejuízos para a agricultura e pecuária como um todo.


Os fazendeiros em geral, os proprietários de terras destinadas às pastagens, assim como os donos de pequenas propriedades rurais que ficavam no entorno do núcleo urbano, já não tinham mais como alimentar seus animais de carga, nem os de criação e de engorda destinados ao abate.


Devido à escassez de vegetação e pastagens em geral, os pequenos agricultores deixavam seus animais presos durante o dia, nos seus pastos e, ao cair da noite, eles eram soltos para irem pastar nas vias públicas, principalmente nas praças arborizadas existentes naquela pequena cidade.


Os fiscais da prefeitura, por uma questão humanitária, não recolhiam os animais que estivessem soltos durante à noite, somente a partir do início de seu horário de trabalho. Assim, à medida que eles entravam em ação, já cuidavam da efetiva apreensão daqueles animais, quase “vadios”, e multas seriam aplicadas aos respectivos donos quando de sua retirada no curral municipal.


O pai de Billy era detentor de uma pequena propriedade que já não dispunha de pastagem o suficiente para alimentar os seus poucos animais de carga. A função diária do garoto Billy era levantar-se bem cedo e sair com os arreios necessários para recolher os animais que estivessem pastando lá nas cercanias do centro urbano.


Tudo isso deveria ocorrer muito antes da assunção da jornada de trabalho dos fiscais municipais e só depois de cumprida essa jornada era que ele poderia ir para sua escola.


Fez isso durante o ano inteiro que fora castigado por aquela estiagem medonha. Uma vez ou outra, ele, seu pai e um dos seus irmãos, tentando amenizar a fome diária daqueles seres inocentes, que já davam sinais de muita fraqueza corporal, saíam para cortar um pouco de capim em brejos de alguns conhecidos seus e faziam pequenos molhos bem racionados.


No ano seguinte, com a chegada do tempo quase chuvoso, a situação foi melhorando aos poucos. Por uma questão de hábito adquirido, de vez em quando, seu pai soltava seus animais à noite e, na manhã seguinte, antes que os fiscais municipais começassem a trabalhar, a fim de evitar o pagamento de multas, Billy iria bem cedo, ao centro urbano, de posse dos arreios necessários para colocá-los, às pressas, nos animais, supostamente “vadios”, e conduzi-los de volta para a propriedade do pai dele.


Algum tempo depois, com a mudança da administração municipal, nem no período noturno os animais poderiam pastar nas ruas. De algum modo Billy foi beneficiado com aquela mudança administrativa municipal, porque apesar de já estar habituado a levantar-se cedo, diariamente, ele aproveitou aquele tempo quase ocioso para se dedicar um pouco mais aos seus estudos, visando à continuidade das séries que ainda restavam para ele concluir o ensino primário.


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