Usina de Letras
Usina de Letras
150 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62225 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50620)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140802)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->O crédito e a crise -- 16/11/2008 - 19:54 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Depois desta última crise de crédito mundial, muitos têm evocado um cenário rude demais, além do desejavelmente compreensível. Os grandes arsenais intelectuais resolutivos têm sido usados e, ao que parece, essa crise tem gerado a cada dia novas crises menores.
Todo o mundo sabe muito bem que o crédito é o espírito de qualquer economia. Sem eles, elas fenecem, não andam, ruem. Uma peça desagradável que existe no cerne da atual economia mundial é a presencial fortidão de raras economias que, quando adoecem, matam tantas outras indefesas que sobrevivem ao seu redor. O crédito imobiliário nos Estados Unidos adoeceu por fruto de sua política desraizada e, tornando-se ela claudicante, quase dilacerou as outras economias mundiais. Há de ter-se o acerto de investir, isso sim. A economia tem se entronchado barbaramente, afetando principalmente os países emergentes e os mais endividados. O crédito apodrecido tem envenenado boa parte da economia dos mais fracos.
E as bolsas de valores do mundo agora são mesmo o sal da sobrevivência dos investidores? Para mim, o único depósito legitimamente feito é o que fazem na terra com as férteis sementes do desenvolvimento agrário. Suas sobras, sim, podem ser negociadas em bolsas, até, mas noutro modelo capitalista de vendas e de compras, menos feroz que o que conhecemos e aceitamos. O mercado acionário descarrilou e basta um boato médio para ele despencar fundo.
Depois que o Brasil construiu uma institucionalidade democrática defensável socialmente e fez o dever de casa certinho - ou quase isso - de sua economia, eis que a América Rica tropeça e quase nos derruba outra vez. Ressurgimos como um país quase livre. Nossas gordas reservas em moeda internacional não nos livrarão do peso da crise sobre nossos ombros. É carecido fazer-se bem mais.
Essa profunda e crescente crise financeira mundial não poderá permitir-nos assistir a uma falência generalizada. A grande crise de 1929 aconteceu em um cenário mundial pouco adverso ao que temos hoje. Se haverá ou não uma seca no crédito mundial, só daqui há uns seis meses saberemos melhor. Tomara que não. Mas não tenho dúvidas de que já estamos sofrendo com ela e nem tão pouco.
E, enquanto isso, a gente vai rareando o bom humor e se impacientando com a lascívia nos discursos dos maus economistas e de outros descabelados que, à frente dos microfones, deixam que suas emoções falem mais alto. O tempo mudou e atualmente o contribuinte cidadão exige mais respeito e ser ouvido com maior atenção. Quando o crédito rareia, a economia fica desabastecida e resfolegando. Safra de crises não interessa a economia nenhuma. É hora de novos acertos económicos e maior paz creditícia, porque do crédito necessitamos todos nós!
Mas esse crédito rarefeito assume tradução e proporção gigantescas. A falta de crédito moral, civilizatório, tem levado a desesperos nunca vistos antes. No rico Estado de São Paulo, bem recentemente, aconteceu uma briga impensada de polícia contra polícia. Um fiel retrato da falta de crédito moral até onde isso tudo irá não se sabe ao certo.
Finalmente entendo que essa crise poderá ir adiante e exigir de todos nós um desenho diferente para a alma do capitalismo. São carecidos Estados mais fortes e menos interdependentes para evitar que uma gripe na economia asiática não prostre Estados no leste europeu, por exemplo. São requeridos um melhor bem-estar social e maior zelo para com as liberdades individuais e o fortalecimento das instituições democráticas. Ponhamos as cousas boas do socialismo no capitalismo e engendremos algo novo e mais justo. O lucro não poderá jamais estar acima do homem.
Juros baixos, créditos fáceis, economia em franco crescimento, não podemos esquecer que essa crise atual nasceu nesse cenário. Os investidores são os transportadores de crédito e devem crer que a correria do pós-boato é ruim para eles e para o resto do mundo. As cinzas dessa crise ainda serão sopradas por ventos novos. A economia mundial perdeu um pênalti no fim do segundo tempo do jogo, mas não o perdeu. Viva o Butão onde o rei dita o crescimento e até o traje oficial dos seus súditos; mas meus sonhos têm cores vivas e eu prefiro continuar a habitar as paragens do lado de cá do Ocidente. Estou certo? Bem, lá depois dessa crise, quando o vento levantar suas cinzas, saberemos quem foi quem!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui