Perdoem... Mas, falar de genialidades é muito difícil, principalmente, quando o óbvio está em todas as coisas desse consagrado poeta. Li o nome por aqui e deu saudade...
Cruz e Sousa numa abordagem metalingüística sobre o soneto:
Nas formas voluptuosas o soneto
Tem fascinante, cálida fragrância
E as leves, langues curvas de elegância
De extravagante e mórbido esqueleto.
A graça nobre e grave do quarteto
Recebe a original intolerância,
Toda a sutil, secreta extravagância
Que transborda terceto por terceto.
E como um singular polichinelo
Ondula, ondeia, curioso e belo,
O Soneto , nas formas caprichosas.
As rimas dão-lhe a púrpura vetusta
E na mais rara procissão augusta
Surge o Sonho das almas dolorosas...
No mais...
Aos disparates lidos, e relidos,
ninguém melhor do que o vate para responder com os próprios versos,
sempre presentes
e... Eternos.
“Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.”
(de Acrobata da dor)
“A Perfeição é a alma estar sonhando
Em soluços, soluços, soluçando
As agonias que encontrou na Terra.!”
(de A Perfeição)
São os dolorosamente “solitários” à procura de um “eco” que lhes dê algum alento...
Refiro-me aos “poderosos sem poder algum”, aos analfabetos que não saem do “a”...
E a tantos outros, coitadinhos... Que por aqui andam à procura de uma palavrinha, como os condenados em sentença de morte, às vésperas de seu glorioso dia.
Milazul