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Artigos-->CUBA x EUA. Dois Pesos e Duas Medidas? -- 17/04/2003 - 11:05 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Dois Pesos e Duas Medidas: Cuba xEUA

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Na semana passada, três homens seqüestraram, na capital cubana, uma lancha para viajar aos Estados Unidos. Ato de puro terrorismo, que resultou na execução sumária dos três rebelados, além da condenação (por conspiração) de mais 78 dissidentes do regime de Fidel Castro.



Quero deixar claro, logo de início, sem entrar no mérito da questão, que sou contra execuções sumárias de nossos semelhantes, quaisquer que sejam os motivos alegados. Tal ato, por si só, contraria todos os princípios cristãos, além de evidenciar a fraqueza de certas lideranças para resolver, dentro da lei e da ordem, conflitos de qualquer natureza.



Por outro lado, quero ressaltar a hipocrisia de alguns órgãos que se dizem defensores dos direitos humanos, bem como de grande parte da mídia, que, de pronto, não demoraram para colocar a questão na pauta dos noticiários, formulando críticas severas aos atos acima citados – com as quais concordo plenamente - pressionando países e valendo-se de todos os recursos da mídia para exigir punição aos responsáveis pelos sobreditos atos.



Não vi, por parte da Comissão de Direitos Humanos da ONU, o mesmo empenho em relação aos atos de terrorismo explícito, praticados pelos EUA, sob orientação de Bush & Cia, quando de sua invasão ao Iraque.



Os EUA, sem apresentar provas contundentes, justificaram a invasão no pressuposto da “defesa prévia”, posto que, segundo Washington, o Iraque possuía armas de destruição em massa, favorecendo o terrorismo internacional e, portanto, oferecendo sérios risco ao nosso planeta. Até agora estas supostas armas não foram encontradas. E tudo leva a crer que não existam, pois, caso contrário, seriam, obviamente, usadas pelas tropas de Saddam, num último golpe de desespero, frente à superioridade bélica dos EUA.



E os EUA foram mais longe. Desconheceram as leis e os tratados internacionais; desmereceram o trabalho dos inspetores da ONU; deram as costas para a solução pacífica da questão do Iraque, pela via judicial, sob a égide do Tribunal Penal Internacional, a quem caberia, como foro adequado, resolver a pendência de modo civilizado e pacífico, julgando e condenando, se fosse o caso, o acusado Saddam Hussein, que, segundo os EUA, estaria na contramão dos direitos humanos.



Não sou eu quem diz. O próprio cidadão americano mostrou sua decepção ocom os métodos utilizados por Bush.



Ramsay Clark, por exemplo, que foi ministro da justiça de Johnson, durante a Guerra do Vietnã, manifestou-se contrário às ações bélicas de Bush, encaminhando, inclusive, pedido de impeachment do presidente dos EUA, nos termos do artigo II, do Capítulo 4, da Constituição dos Estados Unidos.



Entre os motivos alegados, no seu pedido formal de impeachment, ressaltou os atos ilegais de Bush, a saber:

“mover a agressão contra o Iraque, com a ameaça de uso de armas de destruição em massa, entre elas as atômicas; de autorizar e ordenar ataques contra civis desarmados e contra alvos nos quais a morte de civis era inevitável; de autorizar e ordenar assassinatos, execuções sumárias, seqüestros, cárceres secretos, tortura e pressão psicológica a fim de obter declarações falsas contra pessoas e estados estrangeiros, violando, assim, A Primeira, a Quarta, a Quinta, a Sexta e a Oitava Emenda da Constituição dos Estados Unidos. São também acusados de desrespeitar a Carta das Nações Unidas e os tratados internacionais, de subornar governos estrangeiros, de manipular os meios de comunicação, de criar tribunais secretos, de confiscar contas bancárias, de incentivar a delação, de revogar unilateralmente tratados firmados pelos Estados Unidos, usurpando, assim, os poderes do Congresso, estabelecidos pela Constituição”. (O Quarteto e o Império –Reportagem do jornalista Mauro Santayana, publicada no Correio Braziliense de 10 de abril de 2003 – página 19).



Naturalmente, o pedido formal de impeachment seria, agora, com o final da guerra, mais consistente em função de novos fatos desabonadores da conduta de Bush, a saber: Morte de jornalistas e civis inocentes, inclusive crianças e mulheres; amputação de membros superiores e inferiores de vários civis; ataques e bombardeios a prédios residenciais, e sem destinação militar, como bibliotecas, hotéis e hospitais; mortes pelo chamado “fogo inimigo”, evidenciando o descaso ou a falta de treinamento de seus militares; destruição de imenso parque arqueológico; situação de risco para a população civil que ficou sem água, luz, assistência médica adequada e até alimentos, entre outros.



É como disse Michael Moore, vencedor do Oscar de melhor documentário por “Tiros em C e autor do best-seller contra Bush, (Stupid White Men):



“Vivemos em tempos fictícios. Tempos em que resultados eleitorais fictícios elegem presidentes fictícios. Tempos em que temos um homem mandando-nos à guerra por razões fictícias. Nós somos contra essa guerra, senhor Bush. ?Tenha vergonha.”





Domingos Oliveira Medeiros

17 de abril de 2003





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