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Contos-->A torre dos ratos de Bingen - versão 2 -- 28/06/2001 - 15:10 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos













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(Exercício de tradução. Sugestões e correções serão sempre bem-vindas, inclusive as que se referirem ao Português,

quando feitas por brasileiros ou alemães estudiosos de códigos secretos utilizados na segunda e na atual guerras.)


A torre dos ratos de Bingen (Versão2)




Na entrada da horripilante garganta do rochedo de Bingen, onde o Reno entra a toda brida, à margem direita da

correnteza, entre arbustos e vinhas do monte Rüdesheimer (Pousada do Macho), destaca-se a ruína do imponente

castelo Ehrenfels (Homenagem à Rocha). Mas, no meio da velocíssima correnteza, ergue-se uma sombria ruína por

sobre uma ilha rochosa que ficou mal-afamada com o nome de Torre dos ratos ou Torre do Hatto. A antiga construção

permanece firme junto a um pesqueiro fundo, chamada Binger Loch, onde a correnteza esfumaça sobre recifes e deixa

livre somente uma estreita passagem, até hoje considerada muito perigosa. Acreditava-se que os destroços das

embarcações, que Binger Loch tragava, voltariam a ser vistos no banco de rochas de St. Goar. Mas, faz muito

tempo que o barqueiro conhece este caminho tão bem que somente em caso de tempestade é que ele se cuida; agora, a

maioria dos rochedos perigosos foram dinamitados.

No início do século 10, viveu naquela região um certo Hatto, que tinha a má fama de luxurioso, arrogante e

cruel. O ambicioso homem, finalmente, foi sagrado arcebispo de Mainz. Depois de muitos anos exercendo o governo

espiritual daquela diocese, aquela bendita terra à margem do Reno foi castigada por um grave flagelo. Um calor

sufocante queimava até os campos; uma forte preamar aniquilou todas as esperanças de colheitas; por todas as

partes predominaram miséria e carestia. Somente Hatto não percebia isso, pois seu celeiro estava cheio e ele não

se tocava, também, por andar a emprestar cereais a pesadíssimos juros. A pobreza aumentava sempre e os pobres,

esfomeados, assediaram o rico príncipe da Igreja e pediram-lhe fervorosamente o pão. O impiedoso homem, porém,

não quis se recordar das suas obrigações e os afugentou; são apenas uns preguiçosos, disse ele, que querem obter

pão fingindo de mendigos.

Então, eles aumentaram tanto as suas reclamações que ouviu-se até mesmo palavras de gente que rogava praga, a

fim de que fosse reconhecido o desespero do povo. O arcebispo sentiu-se pressionado e ficou odiado por muito

tempo pelo povo; novos pedintes sempre aumentavam a multidão de necessitados que, finalmente, ameaçou apelar

para a violência, uma vez que seus clamores não eram ouvidos.

Hatto, a par da insurreição, convocou seus soldados e mandou que atacassem o celeiro. Os soldados tomaram-no de

assalto e dispersou a inflamada multidão, sem muita resistência, em poucos instantes. Grande foi o número dos

que foram recolhidos à prisão do castelo. "Eles atentaram contra meus bens", declarou Hatto com amarga ironia.

Bom! Tranquem-nos num dos celeiros!" Os servos arrastaram os pobres para lá e o bárbaro senhor ordenou que

ateassem fogo no celeiro. Logo, logo, as chamas subiram por todos os lados e ouviram-se os gritos de dor de

todos os que pediam aos céus a sua salvação.

Com um sorriso diabólico, exclamou o arcebispo: "Escutem bem, como os ratos de cereais assobiam!" A revolta foi

sufocada pelo malvado, mas da condenação de Deus ele não pôde se livrar. À tardinha, depois de sua lauta

refeição, Hatto recolheu-se para dormir e, de repente, ouviu um estranho barulho e um assobio muito agudo. Um

enorme calafrio percorreu-lhe todo o corpo. De uma só vez, ratos saltaram de todas as paredes e fendas e

atacaram o apavorado homem. Gritando de medo, ele chamou seus servos para lhe socorrer; mas, eles não puderam

defendê-lo daquele denso monte de animais. Horrorizados, os que a tudo assistiam fizeram o sinal da cruz,

benzendo-se, e fugiram. Finalmente, Hatto montou em um cavalo e apressou-se com uma tropa dos seus servos,

beirando rio abaixo, procurando refúgio no castelo Eherenfels. Mas, os endemoninhados ocuparam todo o castelo,

mordendo tudo o que viam.

Então, Hatto, recuperando sua consciência, tomou-se de remorsos e pediu ajuda aos céus. Mas, a justa

condenação que ele deveria receber, ainda não havia se consumado. Ele fugiu em uma canoa para uma torre

isolada, que se erguia em uma pequena ilha do Reno, e providenciou para si uma cama suspensa. Mas, os ratos

nadaram rio abaixo e chegaram onde ele estava, enfiando-se por todas as fendas e buracos. E roeram e

morderam todas as partes do seu corpo, até que o dignitário espiritual, finalmente, entregou sua alma a Deus.

Até os tapetes gravados com seu próprio nome foram devorados pelos animais. Tão logo isso aconteceu, o monte de

ratos se dispersou e não mais foi vista. O lugar, no entanto, onde o arcebispo foi encontrado para pagar sua

pena, foi denominado daquele dia em diante "Torre dos ratos". Com freqüência, à noite, quando ruge uma trovoada

e as ondas crescem, seu espírito, tal qual uma nuvem cinzenta, paira sobre as ruínas; isso evidencia que o

arcebispo, por causa da sua pesada culpa, ainda não encontrou a paz eterna.


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Der Mäuseturm bei Bingen (2. Fassung)

Am Eingang zur schauerlichen Felsschlucht, in die sich der Rhein bei Bingen hineinzwängt, erhebt sich auf dem

rechten Ufer des Stroms zwischen den Gesträuchen und Weinbergen der Rüdesheimer Höhen die Ruine der stolzen Burg

Ehrenfels; inmitten der brausenden Fluten des Rheins aber ragt auf einer Felseninsel ein düsteres Gemäuer empor,

das unter dem Namen "Mäuseturm" oder "Hattos Turm" berüchtigt geworden ist. Das alte Bauwerk steht hart bei dem

sogenannten Binger Loch, wo der Strom über Klippen rauscht und nur eine enge Durchfahrt freiläßt, die man einst

für sehr gefährlich hielt; man glaubte, daß die Trümmer von Fahrzeugen, die das Binger Loch verschlungen, an der

Felsenbank von St. Goar wieder zum Vorschein kämen. Aber seit langer Zeit kennt der Schiffer diesen Weg so

genau, daß die Durchfahrt nur bei Sturm bedenklich ist; jetzt sind die meisten der gefährlichen Felsen gesprengt.

Im Anfang des zehnten Jahrhunderts lebte in jener Gegend ein gewisser Hatto, der durch Wohlleben, Übermut und

Hartherzigkeit weithin verrufen war. Der ehrgeizige Mann wurde schließlich zum Erzbischof von Mainz erhoben.

Nachdem er jahrelang seines Amtes gewaltet hatte, wurde das gesegnete Land am Rhein von schweren Plagen

heimgesucht. Schwüle Hitze brannte die reichen Felder aus; eine starke Wasserflut vernichtete alle Hoffnung auf

die Ernte; überall herrschte Not und Teuerung. Nur Hatto spürte nichts davon; denn seine Speicher waren gefüllt,

und er scheute sich auch nicht, üblen Getreidewucher mit seinen Vorräten zu treiben.

Die Not stieg immer höher, und das arme, ausgehungerte Volk bestürmte den reichen Kirchenfürsten mit der

flehentlichen Bitte um Brot. Der hartherzige Mann aber wollte nicht an seine Pflicht erinnert werden und ließ die

Armen fortjagen; es seien nur Müßiggänger, sagte er, die sich ihr Brot auf leichte Art durch Bettel erwerben

wollten. Doch nur um so stärker erscholl die Klage, man hörte sogar Worte der Verwünschung, aus der die

Verzweiflung zu erkennen war. Denn der Erzbischof hatte sich beim Volke durch Bedrückungen schon längst verhaßt

gemacht; immer neue Bittsteller vermehrten die Schar der Flehenden, die schließlich mit Gewalt zu drohen schienen,

da er ihrem Flehen kein Gehör schenkte.

Hatto sah darin einen Aufstand, rief seine Waffenknechte herbei und befahl ihnen, die frechen Empörer zu ergreifen.

Die Söldner stürmten heran und zerstreuten die zusammengerottete Menge nach kurzem Widerstand. Groß war die Zahl

derer, die man gefangen ins Schloß führte.

"Sie trachten nach meiner Frucht", erklärte Hatto mit bitterem Hohn. "Gut! Man sperre sie in eine der Scheunen!"

Die Knechte schleppten die Ärmsten hinein, und der grausame Herr befahl, die Scheune in Brand zu stecken. Bald

loderten die Flammen ringsum empor, und das Klagegeschrei der Unglücklichen, für die jeder Weg zur Rettung

verschlossen war, drang zum Himmel. Mit satanischem Gelächter rief der Bischof: "Hört doch, hört, wie die

Kornmäuse pfeifen!" Den Aufruhr hatte der Bösewicht nun unterdrückt, der Strafe Gottes aber vermochte er nicht zu

entrinnen. Als sich Hatto am Abend nach dem Mahle in sein prächtiges Schlafgemach zurückzog, hörte er plötzlich

ein sonderbares Gepolter und ein durchdringendes Pfeifen. Kalter Schauer fuhr ihm durch die Glieder. Mit einemmal

sprangen Mäuse aus allen Wänden und Ritzen und fielen über den erschrockenen Mann her. Heulend rief er seine

Diener zu Hilfe; aber sie konnten den dichten Haufen der Tiere nicht, abwehren; die Leute bekreuzten sich entsetzt

und flohen. Endlich warf sich Hatto zu Pferd, eilte mit einem Trupp seiner Knechte stromabwärts und suchte Schutz

in der Burg Ehrenfels. Doch die Plagegeister wimmelten auch hier durch das ganze Schloß, ihn mit scharfen,

quälenden Bissen verfolgend.

Nun erwachte Hattos Gewissen, er fühlte seine Sünde und flehte zum Himmel um Hilfe. Aber die gerechte Strafe, die

ihn treffen sollte, war noch nicht vollendet. Er floh daraufhin auf einem Kahn zu dem einsamen Turm, der sich auf

der kleinen Rheininsel erhob, und - ließ dort sein Bett an Ketten aufhängen. Aber die Mäuse schwammen durch die

Flut, kamen ihm nach, schlüpften durch alle Gitter und Löcher und nagten mit scharfem Biß so lange an seinem Leib,

bis der geistliche Würdenträger den Geist aufgab. Ja, selbst sein Name, der in die Tapeten des Gemachs gewirkt war,

wurde von den Tieren zernagt.

Kaum war dies geschehen, so zerstreute sich das ganze Heer der Mäuse und wurde nicht mehr gesehen. Der Ort aber, wo

der Bischof seinen gerechten Lohn gefunden, heißt von jener Zeit an der "Mäuseturm". Noch oft soll bei Nacht, wenn

der Sturm braust und die Woge grollt, sein Geist gleich einer grauen Wolke das uralte Gemäuer umschweben; somit hat

der Bischof wegen seiner schweren Schuld noch immer nicht die ewige Ruhe gefunden.
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