Nem sei por que brigamos, mas sinto que brigamos. Usamos palavras amáveis para nos ferirmos e deixamos reticências no ar.
Damos a frieza das letras entonações que estejam de acordo com a nossa expectativa de fazermos um ao outro se sentir culpado.
Cada recuo representa um ataque e o silêncio é interpretado como provocação.
As lembranças dos momentos inesquecíveis de um amor não tocado e as palavras de sedução proferidas bem aos ouvidos, alimentam uma paixão que poderá durar, guarnecida pela distância ou poderá se diluir no esquecimento, pelo costume da ausência física.
Mas a verdade é só uma: é o amor nas muitas das suas facetas, fazendo com que dois seres exerçam seus poderes e assumam suas fraquezas, quando conjugam o verbo amar.
Maravilhoso poderá ser, um dia, se a gradativa redução das quantidades de letras ceder lugar ao amor transbordante de carícias e sem pedidos ou concessões de perdão... Porque o amor é tudo isso, um misto de ataques cordiais e carinhos ‘contundentes’ que esmaeçam os corações, aproximem os corpos febris e que,como vulcão, cheguem ao momento máximo...
Como negar se a quero tanto? Mas como saber em qual estrela ou estação vamos nos encontrar? Se tiver de ser silêncio, que seja. Porém brigas, nunca mais!
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