Lua de Junho
Cheia... a dominar o infinito; as luzes foscas pelo apagão... Rainha da noite, agora percebida... mais que antes... traz sua beleza pela imensidão...
Dizem, e eu acredito, que existe algo de positivo em todas as coisas aparentemente negativas. Na verdade, as poucas lâmpadas de rua, acesas, não conseguem competir com a luz da lua, nossa Lamparina maior, emprestada pelo sol... que nela explana sua majestade de rei e senhor absoluto de nossa natureza.
Caminhava pelo bairro... Ergui os olhos e deparei contigo, pratreada, círculo perfeito na geometria do céu, que ganha um novo encanto para os olhos distraídos.
E, quando ganha altura, não lhe escapam mais os recantos, há pouco em trevas... Ela, de manso, sua luz derrama por inteiro e infiltra-se nas ramas das árvores que se banham de luar. Ah... Que cenário perdem os homens, em todas as noites de lua... Será por isso que a chuva falha? Para que nós, miseráveis seres, possamos apreciar beleza tão rara?
Voltarão as serenatas sob as janelas e os seresteiros com suas canções de amor?
Se assim fosse, eu louvaria a Deus este racionamento de luz e, com toda a minha "energia", cantaria para ti, meu menestrel, uma doce cantiga de cordel!
Milene
5/6/2001 (noite de lua cheia)
|