Usina de Letras
Usina de Letras
137 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62225 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50620)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140803)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->O pós-pleito -- 26/10/2008 - 17:48 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

E quando o pleito eleitoral findou, eu fui às ruas e fiquei feliz. Não estava nela o mela-mela do passado recente. Não vi nenhum retrato de qualquer candidato. As paredes estavam limpas.Que bom! Mudamos e para melhor. A poluição visual quase se acabou; o que dela inda restou ficou diluído demais. As eleições de 2008 para Prefeito e Vereador, na minha concepção de eleitor-cidadão, foi, em termos de poluição em um sentido amplo, a menos ruim. Avançamos com o que aprendemos e com o que a lei nos obrigou a fazer. Democracia é também eleição com regras e regras obedecidas. Quem não as cumpriu, se deu mal. Falta de informação não foi, disso não se pode reclamar. O TRE se esmerou nos avisos que pós no ar e com os seminários informativos que realizou. Nesse sentido o que faltou foi muito pouco! Afinal nem tudo é perfeito.
A sociedade viu candidatos receberem ordens de prisão, como também os cidadãos comuns. O pleito foi vigiado como nunca. Não faltaram holofotes e olhos. Os faroleiros da lei estavam em todos os cantos para surpreenderem os incompreensíveis. No próximo, assim esperarei, esses cuidados continuarão ainda mais eficientes. Ganhamos todos quando a democracia é zelada.
Sinto que há muito menos medo na população, e os coronéis que amedrontavam ontem já morreram ou recuaram, acuados pela força da lei. Calaram-se. E mesmo diante de todos esses cuidados tomados pelo Estado, não se póde coibir de tudo e, embora pontualmente, no seio do Estado foram vistos excessos. Havia uma insatisfação por parte de um punhado de políticos descomprometidos com a lei e, por isso, desejosos de permanecerem do outro lado da democracia, onde ninguém é de ninguém e apenas a força bruta pode agir e deferir ou proibir.
Mas os camaleões continuam agindo disfarçadamente, apesar de temerosos. Mentira tem pernas curtas e, mais tempo ou menos tempo, a máscara cai e o jogo é interrompido. É bom que estes se cuidem mais e melhor. Pelo andar da carruagem, eu não acredito que as facilidades fora da lei do passado político-eleitoral recente possam voltar. Há mudanças palpáveis. A democracia avolumou-se e está menos imatura. Não nos esqueçamos de que ainda carecemos de muita água para saciarmos nossas sedes. Haja água, haja sede.
Eu estava na fila de votação ao lado de minha filha, quando um vigilante da escola onde estávamos e que servia de nicho para a votação, recebeu a visita espalhafatosa de um outro colega.
Entre olhares, eis que o visitante põe a mão no bolso e, descaradamente, retirou um santinho de propaganda de seu candidato a vereador e pediu a força do colega para contribuir com a sua eleição. Há cinco metros de nós havia uma fiscal eleitoral. Coitada: obesa, suada e demonstrando sinais de cansaço. Olhei-a e pisquei o olho dando-lhe sinal do que estava acontecendo: o crime eleitoral. Ou ela não notou ou ficou inibida. Repeti o gesto por três vezes. Aí, ela, eu acredito, pensando que eu estava a namorá-la, com o olhar sorriu para mim. Eu tornei a fazer-lhe o sinal para a minha retaguarda onde os dois vigilantes prosavam descontraidamente; então fiquei impaciente, a fiscal não parecia estar no mesmo mundo eleitoral onde eu me encontrava; enquanto eu via do meu lado os culpados,ela via o cupido do seu lado. Talvez, quem sabe, tenha visto em minha obesidade a chance de a sua alimentar-se. Após ter votado, dirigi-me a ela e lhe disse o que eu tinha visto. Ela, coitada, ainda no mundo da lua, contentou-se em dizer: "eu nem vi nada..."!
Democracia tem dessas coisas. Entrei na cabine com meu celular na mão, por esquecimento, é claro, ninguém me abordou. Todos estavam alegres como se já soubessem quem seriam os ganhadores do pleito. Foi uma festa da democracia. Um dia ensolarado nas Alagoas e um bailado bonito de gente a cruzar ruas e avenidas. Tomara que na próxima a plástica das eleições esteja ainda mais bela e a fiscal e eu menos gordos e ela, bem mais atenta à sua função democrática!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui