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Cronicas-->Saúde Pública faltosa -- 26/10/2008 - 17:42 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Saúde Pública faltosa



Eu acho muita graça quando vejo as autoridades em saúde pública publicarem seus discursos viciados há tanto e dizerem que tudo vai bem e que nunca se fez tanto pela saúde como agora. Não sei de onde eles retiram a coragem para dizerem isso. Um país onde um cidadão com càncer tem que se submeter a um teto orçamentário para poder ser incluído em um programa terapêutico, o que mais resta para se falar? Ao meu ver nada. Se o paciente com càncer fosse tratado como são os com aids, a realidade dos ambulatórios de oncologia seria outra neste país.
A sociedade precisa saber que existem uns tais tetos miseráveis aos quais estão submetidos os pacientes com càncer que necessitam da rede pública de saúde para serem atendidos. Se o teto estoura, o atendimento é postergado. E por aí anda no que tange ao atendimento público de saúde neste país cheio de tanta desigualdade social, sociedade carente de recursos.
Há técnicos no governo que não enxergam um palmo além de suas ventas, se não estiverem com as estatísticas de saúde nas mãos. Priorizam o atendimento em cima dessas metas imorais, casuísticas, infernais, efetivações desumanas. E o paciente com càncer vai cansar suas pernas, já trópegas, nos amplos corredores dos hospitais credenciados pelo SUS, cheio de funcionários mal pagos e desmotivados.
Não podemos usar o que é merecido ser usado, porque o governo paga, não pelo que se usa, mas pelo valor atrelado a uma tabela de honorários. É como se de um lado alguém brincasse de tratar e do outro de pagar. Há produtos disponíveis para uso pela oncologia, hoje, tão caros, que, se usados nos pacientes oncológicos da rede pública de saúde, rotineiramente, bateriam negativamente nos valores pagos pelo SUS em cinco ou mais vezes. Se os hospitais usarem tais produtos em todos os pacientes que necessitarem, quebrarão em seis meses de atendimento ou em até menos tempo do que esse.
Há alguns tipos de tumores para os quais as tabelas do SUS nem autorizam seu uso que, por não apresentarem, de uma forma globalizada, resultados terapêuticos satisfatórios, como é o caso de tumores de vesícula biliar. E o paciente não pode ser incluído em um tratamento de quimioterapia apenas porque as estatísticas limitadas de avaliações terapêuticas não acenam como bons tratamentos.
Enquanto na rede privada já existem certas limitações para o uso de tais tratamentos caros, na rede pública a coisa é deveras pior. O governo se esqueceu de atualizar dignamente as tabelas de pagamentos para os médicos e para os hospitais que há uma década trabalham com os mesmos valores, no que diz respeito à quimioterapia, por exemplo. Se um empresário passasse 10 anos para dar aumento a seus empregados, o governo seria o primeiro a cair em cima e puni-lo severamente.
Creio que o governo Lula já podia ter corrigido essa falta tão lastimosa. O paciente com càncer que necessita usar a rede pública de saúde, ultimamente, tem que, em sua quase totalidade, pagar por fora a um cirurgião para ser operado e ao próprio hospital para ser internado e atendido. E como da cirurgia, em regra geral, começa o tratamento de càncer, o oncologista clínico que trata as moléstias com as drogas, fica à mercê dessa resolutividade perversa.
Alguma coisa deve ser mudada e com celeridade. As estatísticas de càncer não podem ser limitantes quanto ao que concerne às autorizações de tratamento. Cotas, para quê? Deveria ser pago ao hospital o que fosse usado no tratamento, e não em cima de cotas que às vezes limitam o médico a realizar um trabalho de ponta em prol do seu paciente. Que o tratamento de oncologia é caro, disso sabemos; mas até limitar o tratamento por tais tabelas e tetos financeiros, fomenta-se um estranho descaso com a Saúde Pública nacional.
A saúde, principalmente no que se refere à oncologia, deve ser reolhada e muito mais favorecida para que justiça seja feita. Hoje, no Brasil, o tratamento oncológico deixa muito a desejar, em sentido geral.
O que o governo paga para um hospital é desalentador; para um médico é desumano e o que faz para com um cidadão que carece da rede pública de saúde para ser atendido, um desrespeito.
O càncer é um sério problema de Saúde Pública e como tal deve ser tratado. Nessa área a cidadania ainda está muito aquém de onde mereceria estar.
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